Para problemas complexos, soluções simples. Essa é a visão de Edson Kawamoto, formado em Ciências Contábeis e com 18 anos de experiência no desenvolvimento de projetos urbanísticos e prediais em diversos estados. Kawamoto sugere que Campo Grande adote essa abordagem para enfrentar seus desafios. A solução simples proposta por Kawamoto reside na abordagem dos problemas, que, pela sua natureza, são complexos. No caso de aprovação de um projeto imobiliário, que deve obedecer a diversas regulamentações urbanísticas e ambientais, o processo pode ser demorado, tanto na execução quanto na revisão. E como resolver esse atraso? A proposta de Kawamoto é criar um grupo especializado na resolução desses casos. “Esse grupo poderia ser uma parceria entre o setor privado e o poder público, com o objetivo de agilizar a aprovação de projetos”, explica. Para Kawamoto, o longo período entre a apresentação de um projeto e sua aprovação, que pode durar até cinco anos, inviabiliza o projeto. “Precisamos de grupos capacitados para aprovar grandes projetos, equipes capacitadas, que permitam a participação de empresas especializadas nesse processo, deixando a aprovação do projeto para os servidores públicos”, detalha. «A ideia é desonerar a equipa técnica do município do início ao fim, para que se concentrem no que é realmente importante», acrescenta. Feedback Kawamoto defende um envolvimento mais efetivo da sociedade civil nos rumos tomados pela cidade. “No desenvolvimento, aprovação e planejamento de novos projetos, sejam urbanísticos ou de incorporação”, afirma. Ele cita casos em que a população de bairros como Chácara Cachoeira e Vilas Boas se opôs à construção de edifícios verticais no bairro, embora o Plano Diretor permitisse essas construções. “Tivemos uma ampla discussão em 2019, quando o plano foi aprovado. Por isso, quando falamos em envolvimento da sociedade civil, é comum vermos manifestações tardias”, pontua. “A aprovação de grandes projetos passa por diversas etapas e setores, e muitas vezes não avança porque anda para trás. Tivemos casos recentes em que projetos foram impedidos de prosseguir devido a liminares”, acrescenta Kawamoto. Ele acredita que há uma oportunidade de trabalhar em conjunto com o município, comunicando claramente o que se pretende desenvolver e recebendo feedback da população, para garantir que as iniciativas estejam alinhadas com os interesses da comunidade. Ele reconhece, no entanto, os desafios de estabelecer uma comunicação mais eficaz entre as autoridades públicas, a sociedade e os empresários. “Hoje, temos muita dificuldade de comunicação entre as agências. Se conseguirmos melhorar essa comunicação e organizar as empresas para trabalharem juntas, poderemos evitar esses contratempos”, analisa. Sustentabilidade Sócio do Grupo Evo, diretor da Jooy Incorporadora e especialista em gestão e planejamento estratégico Geraldo Mura, também defende soluções simples. Sua contribuição para o Campo Grande que queremos inclui processos eficientes e o aproveitamento dos vazios urbanos, conforme previsto no Plano Diretor. “Quando realizamos projetos em bairros existentes, fazemos o melhor uso da infraestrutura local. Isso reduz muito o custo público da mobilidade, pois as pessoas podem fazer as coisas a pé, impulsionando a economia local e gerando desenvolvimento para o bairro”, explica. O preenchimento de vazios urbanos vai na contramão da reação de alguns moradores da Capital à construção de novos empreendimentos em seus bairros. Mura também destaca os processos eficientes que adota na construtora que dirige: “Hoje enfrentamos uma situação climática catastrófica. Sentimos o impacto das mudanças climáticas, com chuvas intensas, secas intensas, frio extremo e calor intenso, e tudo isso afeta diretamente a construção.” “Portanto, é fundamental adotar práticas sustentáveis, reduzir desperdícios, ruídos e custos. O caminho a seguir é a prática sustentável”, conclui. @@NOTÍCIAS_RELACIONADAS@@
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