O álbum “Olho de Peixe”, de Lenine e Suzano, relançado em vinil em maio de 2023 pela Noize Record Club, voltará a ser tocado ao vivo em Pernambuco depois de mais de três décadas desde sua estreia em CD, em 1993, no rótulo Velas. O reencontro acontece neste sábado, no Classic Hall, em Olinda, às 17h45, dividindo o palco com Maria Rita, Baco Exu do Blues, Nação Zumbi com convidados, e Joelma, que fecha a programação.
No início da década de 1990, o pernambucano Lenine estava radicado no Rio de Janeiro, ainda em busca de seu espaço como artista nacional. Marcos Suzano, percussionista carioca, era presença assídua no meio musical. Foi numa dessas festas musicais na casa de amigos em comum na Urca que os dois se conheceram. Em pouco tempo, eles já estavam ensaiando e combinando compassos estranhos com harmonia notável. Algum tempo depois, os dois gravaram um álbum considerado um divisor de águas na música brasileira.
“Olho de Peixe” também recebeu, em 2023, um cancioneiro assinado por Yuri Pimentel, sobrinho de Lenine. Na capa, o álbum traz uma foto divulgada pela NASA da aproximação da Voyager a Júpiter. “O que parece ser o olho de um peixe é um furacão. Tem uma dimensão de sete terras”, explica Lenine.
Repercussão mundial
Lenine, que lançou seu primeiro disco “Baque Solto” em 1983 ao lado de Lula Queiroga, produziria com Suzano e o produtor musical Denilson Campos o disco que os lançou no cenário musical. Tudo foi capturado em uma única noite. Suzano acabara de chegar do México, onde havia gravado com Joan Baez, e sugeriu que o disco fosse finalizado em Nova York.
Os três decidiram então viajar para os Estados Unidos para finalizar a produção do álbum com James Ball, no RPM Studios. “Minha sugestão de mixar com um cara que nunca tinha trabalhado com música brasileira foi exatamente ter o visual de um cara que misturava músicas americanas como rock, pop, jazz, para dar o toque final. E funcionou muito bem”, explica Suzano.
“Esse álbum não nos lançou apenas nacionalmente, acho que lançou eu, Suzano e Denilson pelo mundo”, pontua Lenine. “Naquele momento em que estávamos lançando o álbum, coincidentemente apareceu no mercado uma ideia de música étnica, uma música chamada world music. (Não entendo essa ‘música de palavra’… é como se existisse ‘Música de Júpiter’ ou ‘Música de Marte’, mas entendi a partir dessa época que era tratada como música étnica, música contemporânea”, detalha o cantor de Pernambuco.
Acústico e rítmico
“Olho de Peixe” está longe do que se poderia chamar de um álbum convencional, a começar pela formação, protagonizada por dois instrumentos notáveis de cada um e que muitas vezes se complementam invertendo seus papéis: o violão percussivo de Lenine e o pandeiro com harmônicos graves. da Suzano, que criam uma atmosfera acústica muito peculiar e que se complementam.
“Tem uma coisa muito legal que é a invenção de uma espécie de ‘tambor falante’ que a Suzano fez no pandeiro, com frequência grave. Ele afrouxou a pele dura, criando um baixo profundo… ele criou uma espécie de harmonia, e eu estava fazendo percussão com o violão. Que se uniram de uma forma muito especial, muito singular”, descreve Lenine.
“Cresci em Copacabana, tocava bateria na rua. Mas o pandeiro, dos instrumentos, foi o último que aprendi. Toquei apenas a festa contralto, que é a batida mais fácil de tocar pandeiro. Aí um dia eu vi na televisão a Clementinha de Jesus, com o Jorginho do Pandeiro, tocando a época de ouro… aí eu vi a batida. Comecei a tocar, mas percebi que estava tocando ao contrário”, descreveu Suzano, explicando como desenvolveu seu jeito peculiar de tocar pandeiro, com uma mecânica invertida da convencional.
Álbum “Olho de Peixe” (1993), de Lenine e Suzano.
“Quando terminei Olho de Peixe, tive formação em produção. Passei a vida inteira fazendo o que faço de forma artesanal, testando, capturando, tendo medo de arriscar e arriscar tudo”, comenta Lenine. “E até hoje é um álbum lembrado da música brasileira, sem dúvida. É um negócio real. É por isso que vemos, por exemplo, os filhos das crianças que assistiram ao show quando fizemos ‘Olho de Peixe’ em 1994, agora com 30, 28, 25 anos, a galera estava louca para ver o show. Aqui no Rio teve muito disso. Há muito tempo – claro, hoje tem uma dimensão que vai além do que imaginávamos. muito tempo era um disco para iniciantes”. Lembre-se de Marcos Suzano.
Sobre Olho de Peixe
O álbum reúne composições de Lenine em parceria com Lula Queiroga, Paulo César Pinheiro, Bráulio Tavares, Dudu Falcão e Ivan Santos. Ao longo das 13 faixas, influências de ritmos nordestinos como maracatu, baião e ciranda, com mais um pé no que era tendência no mundo, como rock e soul. Versos conduzidos por violão, pandeiro, reco-reco, tantã, moringa, ganzá e triângulo.
Além da dupla Lenine e Suzano, a formação completa do disco conta com Carlos Malta no saxofone, Paulo Muylaert (guitarra) e Fernando Moura (teclados). O repertório do show inclui músicas como “Leão do Norte” (Lenine e Paulo César Pinheiro), “Miragem do Porto” (Lenine e Bráulio Tavares, 1992), que haviam aparecido no álbum lançado pela Elba no ano anterior (Encanto, 1992). ) ; “Escrúpulo” (1992) – Parceria de Lenine com Lula Queiroga, além das demais faixas do álbum e algumas surpresas.
SERVIÇO:
Lenine e Suzano apresentam “Olho de Peixe” no Festival Turá Recife
Quando: sábado (24), às 17h45
Local: Salão Clássico – Av. Governador Agamenon Magalhães, s/n, Salgadinho, Olinda
Ingressos: a partir de R$ 140 (ambos os dias)
Classificação etária: de 10 a 14 anos acompanhado dos responsáveis legais. A partir dos 15 anos, desacompanhado. Proibida entrada para menores de 10 anos
Programação completa: @festivalturarecife
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