A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (21) a operação Gold Digger, que visa suspeitos de terem realizado o ataque ao sistema de pagamentos da administração federal, o Siafi, em março e abril deste ano.
Os agentes cumpriram três mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. Duas pessoas foram presas, uma em Belo Horizonte e outra no Rio, e uma terceira ainda não foi encontrada.
Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão está um servidor público.
Os invasores desviaram R$ 15 milhões em recursos públicos, dos quais cerca de R$ 10 milhões foram recuperados pelo Tesouro Nacional com apoio da PF e do Banco Central. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo no dia 22 de abril.
No total, a polícia identificou tentativas de desvio de mais de R$ 50 milhões por meio de um “esquema de alta complexidade”. Os investigados podem enfrentar acusações de invasão de dispositivo informático, roubo qualificado por meio de fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação ocorre quase cinco meses após a primeira transferência ilegal de valores, registrada no dia 28 de março. Na ocasião, os criminosos mudaram a destinação de R$ 3,8 milhões em contratos do MGI (Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos). O caso começou a ser investigado pela PF no início de abril.
No dia 16 de abril, outros R$ 11,39 milhões foram desviados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Desse valor, R$ 6,7 milhões foram pagos em oito operações diferentes realizadas em um minuto. Contas em nome de pessoas e empresas que não fazem negócios com o governo federal receberam o dinheiro.
Os invasores roubaram credenciais de funcionários públicos na plataforma gov.br e usaram as senhas para autorizar pagamentos via Pix.
Segundo a PF, a organização criminosa utilizou “técnicas avançadas de invasão cibernética”, como envio de mensagens SMS com links maliciosos para pescar senhas (phishing) e emissão fraudulenta de certificados digitais em nome de servidores para obter acesso ao Siafi e autorizar pagamentos. indevido.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, os valores desviados foram originalmente destinados ao Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa pública federal de tecnologia, e à G4F, empresa prestadora de serviços de tecnologia da informação.
Com as credenciais dos servidores habilitados para usar o Siafi, os criminosos conseguiram alterar a destinação dos recursos, assinar ordens bancárias e dar luz verde aos pagamentos.
Segundo a PF, os criminosos usavam contas intermediárias, conhecidas como laranjas, para receber os valores, que depois eram ocultados por meio de instituições de pagamento e “exchanges” (empresas que atuam como corretoras de criptoativos).
Pelo menos R$ 2 milhões foram recuperados pelo governo em abril. O valor havia sido desviado do MGI para uma conta em nome de uma loja em Campinas. O dono do estabelecimento afirma que foi vítima de fraude, não recebeu o valor e teve dados utilizados pelos agressores.
O governo conseguiu recuperar outros R$ 8 milhões com operações de rastreamento. Ainda há outros R$ 4 milhões, aproximadamente, que estão em processo de recuperação.
Segundo pessoas com conhecimento do caso, o trabalho de rastreamento é complexo, pois foram feitas transferências sequenciais entre contas para tentar apagar rastros e dificultar a identificação dos beneficiários finais.
O nome da operação, Gold Digger, alude ao termo inglês que significa “garimpeiro” ou “minerador”. Segundo a PF, a expressão reflete “o caráter meticuloso e persistente das violações na extração ilícita de grandes quantias de dinheiro público”.
“Além disso, o termo tem sentido pejorativo, utilizado para designar pessoas que se associam a outras com o objetivo de obter vantagens financeiras, o que reflete o modus operandi dos envolvidos, que buscam aproveitar recursos públicos para lucro próprio”, disse ele. diz a instituição.
Após o ataque ao Siafi, o governo federal endureceu as regras de acesso aos sistemas da União e criou uma força-tarefa para emitir certificados digitais por meio do Serpro, que passou a ser obrigatório para os servidores autorizarem novos pagamentos.
A medida era uma exigência de segurança do Tesouro Nacional, mas também já foi adotada por outros órgãos, como o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que recentemente tratou da exposição indevida de dados de milhões de beneficiários —caso também revelado por Folha de S.Paulo.
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ENTENDA O CASO
O que é Siafi?
O Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) é um sistema operacional desenvolvido pelo Tesouro Nacional em conjunto com o Serpro. Foi implantado em janeiro de 1987 e, desde então, tem sido o principal instrumento de registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil do governo federal.
É por meio dele que o governo compromete as despesas (primeira fase dos gastos, quando é feita a reserva para pagamento), bem como os pagamentos de dotações orçamentárias via emissão de ordens bancárias.
Quem usa o Siafi?
Administradores de órgãos da administração pública direta, autarquias locais, fundações e empresas públicas federais e sociedades de economia mista que integrem o Orçamento Tributário da União ou Orçamento da Seguridade Social.
O que desencadeou a investigação?
Os invasores usaram credenciais válidas de servidores e acessaram o Siafi por meio do CPF e senha desses gestores e originadores de despesas para operar a plataforma de pagamentos. Pelo menos R$ 15,2 milhões foram desviados.
*Informações da Folhapress
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