O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira (21) que o acordo com o Congresso para liberar as emendas obrigatórias e as chamadas “emendas Pix” deve ter julgamento definitivo pelo plenário da Corte.
Nesta terça-feira (20), o Supremo Tribunal Federal reuniu os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para resolver o impasse causado pelas decisões de Dino, que suspendeu pagamento de aditivos até cumprimento de critérios de rastreabilidade e transparência de recursos.
Pelo acordo, Câmara e Senado terão 10 dias para regularizar o repasse das emendas. Depois, será aberto prazo para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da República (AGU) se manifestem.
Segundo Flávio Dino, após o Congresso cumprir as condições, o plenário da Corte deverá tomar uma decisão definitiva sobre o caso.
“Haverá outra decisão consolidando mais ou menos o que temos, depois de vista pela AGU e pela PGR. A tendência é levar ao plenário para um julgamento definitivo. “, avaliou.
O ministro disse acreditar que as regras serão cumpridas pelo Congresso. Pelo acordo, as “emendas do Pix” deverão ser destinadas prioritariamente às obras inacabadas, e as imposições da bancada serão encaminhadas para projetos estruturantes nos estados.
“O documento não tem essa força normativa. Mas é claro que todos vão cumprir. O acordo não finaliza os processos, tanto que valem as liminares. O acordo sinaliza o caminho pelo qual chegaremos ao fim do processo “, disse ele.
Imposição de alterações
Na quarta-feira (14), o ministro Flávio Dino decidiu que os repasses de alterações tributárias deverão ser suspensos até que os poderes Legislativo e Executivo criem medidas de transparência e rastreabilidade dos recursos. Esse tipo de emenda obriga o governo federal a encaminhar os recursos previstos para órgãos indicados pelos parlamentares.
A decisão foi motivada por ação movida à Justiça pelo PSOL. O partido alegou ao Supremo que o modelo de imposição de emendas individuais e coletivas por deputados federais e senadores torna “impossível” o controle preventivo dos gastos.
O ministro entendeu que a suspensão das alterações era necessária para evitar danos irreparáveis aos cofres públicos. De acordo com a decisão, somente poderão ser pagos aditivos destinados a obras em andamento e que respondam a situação de calamidade pública.
Alterações Pix
No dia 1º de agosto, Dino suspendeu as chamadas “alterações do Pix”. São utilizados por deputados e senadores para transferências diretas a estados e municípios, sem necessidade de convênios para recebimento de repasses.
O ministro entendeu que esse tipo de alteração deve seguir critérios de transparência e rastreabilidade. Pela mesma decisão, a Controladoria-Geral da União (CGU) deverá realizar auditoria dos repasses no prazo de 90 dias.
Por unanimidade, as duas decisões de Dino foram referendadas pelo plenário da Corte nesta sexta-feira (16).
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