Pesadelos frequentes? Saiba como solidão pode afetar o sono

Um estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos revelou que pessoas solitárias e com altos níveis de estresse têm maior probabilidade de ter pesadelos com mais frequência.

A pesquisa publicada na revista O Jornal de Psicologia analisou dados de mais de 1.600 participantes, com idades entre 18 e 81 anos, usando duas metodologias diferentes.

O primeiro estudo envolveu 827 participantes que responderam questionários sobre solidão, pesadelos e estresse. O segundo estudo envolveu 782 participantes com foco na intensidade dos pesadelos, hiperexcitação e ruminação mental (uma cadeia de pensamentos repetitivos e negativos que dura muito tempo).

A solidão foi identificada como a principal causa de sonhos perturbadores

A solidão pode causar sonhos perturbadores e atrapalhar a qualidade do seu sono – Foto: Unsplash/ND

Os pesquisadores notaram que em ambos os estudos, as pessoas que tinham pesadelos com frequência eram mais solitárias. O estresse foi outro fator relevante mencionado. Porém, a intensidade desses sonhos estava mais relacionada à hiperexcitação e à ruminação mental.

Para os investigadores, a solidão sinaliza falta de recursos e cria uma percepção de vulnerabilidade, levando a uma maior vigilância contra ameaças sociais. Isto contribui para estados psicológicos que se manifestam em pesadelos, devido ao estresse psicológico e à hiperexcitação.

“Esse estado de alerta elevado pode dificultar o sono profundo e restaurador. Quando o sono é superficial ou interrompido, os pesadelos podem se tornar mais frequentes”, diz trecho do estudo.

Como não ter pesadelos?

Reduzir o estresse pode ser a chave para melhorar sua noite de sono – Foto: Pexels/ND

Embora a pesquisa não estabeleça uma relação direta, sugere uma associação entre solidão, estresse e pesadelos. Especialistas afirmam que, para uma possível solução, é fundamental enfrentar esses problemas.

Os pesquisadores citam como base a Teoria Evolucionária da Solidão (ETL), que sugere que a necessidade de pertencer é crucial para a sobrevivência humana. Segundo essa teoria, a solidão serve como um alerta sobre a falta de conexões interpessoais.

“ETL postula que a solidão evoluiu para ser uma experiência física e psicologicamente aversiva. Da mesma forma que a aversão à dor física motiva o ser humano a atentar e corrigir a origem de sua dor, a aversão à experiência da solidão motiva o ser humano a prestar atenção às ameaças ao seu bem-estar social”, conclui trecho do estudo.