Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – As máximas históricas renovadas nesta segunda-feira, ultrapassando os 136 mil pontos no melhor momento, ainda alimentadas pelas perspectivas de que o Federal Reserve comece a cortar os juros da maior economia do mundo em setembro.
Índice de referência para o mercado de ações brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 1,36%, aos 135.777,98 pontos, recorde de fechamento, superando a marca histórica de 134.193,72 pontos registrada em 27 de dezembro de 2023.
“Se o índice continuar marcando novas máximas ou fechar três pregões pelo menos acima dos 134,4 mil pontos, mostrará resiliência no movimento e os próximos objetivos estão nos 137 mil, 141 mil e 150 mil pontos”, estimou o Itaú BBA.
Na máxima da sessão, o Ibovespa atingiu 136.179,21 pontos, nova máxima histórica intradiária. Na mínima, registrou 133.953,32 pontos. O volume financeiro no pregão somou 25,5 bilhões de reais.
Uma pesquisa da Reuters com economistas realizada entre 14 e 19 de agosto mostrou que uma pequena maioria espera que o Fed reduza sua taxa de juros em 25 pontos base em cada uma das três reuniões políticas restantes em 2024.
“Isso domina o comportamento dos fluxos para o exterior, e qualquer fluxo marginal para os mercados emergentes representa uma entrada relevante no Brasil”, pontuou o gerente de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital.
Segundo dados da B3 (BVMF), de agosto até o dia 15, as compras externas no mercado secundário superaram as vendas em cerca de 4 bilhões de reais.
Além da perspectiva sobre os próximos passos do Fed, apoiada em melhores dados de inflação nos Estados Unidos, o fluxo de capital estrangeiro para a bolsa paulista é incentivado pelo alívio nos temores de uma possível recessão naquele país.
Em Nova York, subiu 0,97%, com os investidores aguardando o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em Jackson Hole, na sexta-feira.
Além do cenário norte-americano, a avaliação geralmente positiva da temporada de resultados do segundo trimestre contribuiu para o desempenho recente do Ibovespa, que já subiu 6,37% em agosto.
Na visão dos estrategistas do BTG Pactual (BVMF), à primeira vista, os resultados – excluindo Petrobras e Vale – parecem bons, com receitas, Ebitda e lucro líquido 3,1%, 2,3% e 5,3% acima das estimativas de analistas internos, respectivamente.
“Considerando apenas as empresas nacionais, os resultados foram mistos, com receitas e EBITDA 2,5% e 3,1% acima das previsões, enquanto o lucro líquido ficou 3,8% abaixo das estimativas”, afirmaram Carlos Sequeira e equipa.
DESTAQUES
– VALE ON (BVMF:) fechou em alta de 1,6%, favorecido pelo movimento dos futuros na Ásia, onde o contrato mais negociado em Dalian, na China, encerrou as negociações do dia com alta de 0,71%, enquanto o vencimento de referência em Cingapura avançou 0,6%.
– BRADESCO PN (BVMF:) saltou 4,48%, endossado por um “upgrade” do Goldman Sachs (NYSE:), que elevou a recomendação da ação para “compra”, bem como o preço-alvo de 14 para 17,50 reais, além de estimativas de lucros em 2025 e 2026. No setor, o ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) teve valorização de 0,6%.
– PETZ ON (BVMF:) disparou 23,87%, ainda impulsionada pelo anúncio na sexta-feira de que assinou um acordo para combinar suas operações com as da Cobasi, que criará a maior empresa do setor no país, unindo as duas empresas que já lidera o segmento. Na última sessão, as ações saltaram 9,28%.
– MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:) avançou 10,65%, tendo como pano de fundo uma carta da gestora Squadra aos acionistas citando que havia fechado posição “vendida” (vendida) no setor varejista, que incluía ações da empresa. No mesmo contexto, CASAS BAHIA ON (BVMF:), que não está no Ibovespa, subiu 15,61%.
– MARFRIG ON (BVMF:) fechou em alta de 13,19%, ajudado por relatório do Bank of America (NYSE:) mantendo recomendação de “compra” e elevando o preço alvo das ações de 18,50 para 21,50 reais, acompanhando a melhora na meta preço da BRF (BVMF:) — de 22 para 24 reais — e menor dívida líquida.
– PETROBRAS PN (BVMF:) caía 0,16%, em meio a preços fracos no exterior, onde o barril fechou em queda de 2,54%. No setor, PRIO ON (BVMF:) perdeu 2,66%. 3R PETROLEUM ON (BVMF:) caiu 1,1%, com agentes financeiros também avaliando dados de produção de julho.
– COGNA ON (BVMF:) avançou 10,53%, tendo como pano de fundo autorização do Ministério da Educação para início das atividades do curso de graduação em Medicina da Faculdade Anhanguera São Luís, no Maranhão. O curso superior conta com um total de 60 vagas anuais a serem oferecidas pela faculdade.
– WEG ON (BVMF:) caiu 2,74%, em meio a ajustes, após sete altas consecutivas, período em que acumulou ganho em torno de 10% e renovou máximas históricas. Mais cedo, chegou a 54 reais, máxima intradiária de todos os tempos.
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