Incapaz de intimidade Jair RenanBolsonarofilho do ex-presidente JairBolsonaropara pagar uma dívida de R$ 360 mil, um banco reiterou nesta segunda-feira à 1ª Vara Cível de Brasília que seja realizada busca em ativos financeiros em seu nome para realizar a apreensão de seus bens —termo legal que significa a apreensão de carros ou imóveis, por exemplo, para garantir o pagamento do valor.
O pedido ocorre uma semana depois de “Zero Quatro” declarar bens de R$ 42 mil à Justiça Eleitoral. Ele será candidato a vereador em Balneário Camboriú, litoral catarinense. De forma detalhada, ele indicou a existência de depósito bancário de pouco mais de R$ 40.591,68, e saldo em conta corrente de R$ 1.478.
Após a tentativa de intimação sobre a necessidade de quitar a dívida bancária em Brasília, foi enviado um mandado que ainda não foi cumprido para um endereço em Camboriú, onde Jair Renan mora desde o ano passado.
Na época, foi nomeado auxiliar do gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), para receber R$ 9,5 mil por mês.
“Zero Quatro” já é réu em outra ação, que tramitava na 5ª Vara Criminal, pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e utilização de documento falso, sob suspeita de utilização de extrato de cobrança com informações falsas sobre sua empresa para obter esse empréstimo que não foi pago. O caso deve ser enviado à Justiça Federal.
À Globo, a defesa de Jair Renan nega irregularidades. Em nota enviada anteriormente, os advogados afirmaram que o filho do ex-presidente “foi vítima de um golpe de Estado montado por uma pessoa, que só mais tarde veio a ser conhecida pela polícia e pela justiça”.
Segundo os defensores, “tudo será esclarecido durante o processo”.
Até então, o oficial de justiça tentava localizar o “zero quatro” no estádio Mané Garrincha, onde ficava a sede do Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia.
A principal atividade da empresa era a prestação de “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”.
Segundo a investigação da Polícia Civil, o alvo do suspeito era um extrato de cobrança de R$ 4,6 milhões de Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia. Com esses números falsos, Jair Renan e seu sócio Maciel Alves buscavam garantias para um empréstimo bancário.
“Não há dúvida de que os dois extratos de fatura apresentados ao banco são falsos, por vários aspectos, tanto materialmente, devido às assinaturas falsas do Técnico de Contabilidade […]que foi reexaminado e negou veementemente a criação dos títulos, na medida em que ideológicos, na medida em que o representante legal da empresa RB Eventos e Mídia possuía informações inverídicas incluídas nos documentos particulares condizentes com as falaciosas receitas anuais”, afirmaram os investigadores, no relatório final do caso.
Segundo as investigações, a dupla contratou pelo menos três empréstimos no Banco Santander. Jair Renan teria sido beneficiado com parte dos valores obtidos ilegalmente, por meio do pagamento da fatura do cartão de crédito de sua empresa, no valor de cerca de R$ 60 mil.
Em depoimento, Jair Renan afirmou não reconhecer suas assinaturas nos extratos de cobrança supostamente falsos e negou ter solicitado empréstimos.
Peritos, testemunhas e até imagens de seu login no aplicativo bancário vão ao encontro da tese por ele apresentada.
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