O ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques foram indiciados nesta sexta-feira (16) pela PF (Polícia Federal) por suspeita de usarem a estrutura da corporação para beneficiar Jair Bolsonaro (PL) e dificultar Eleitores de Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022.
Além deles, outros quatro policiais federais que estavam, na época, lotados no Ministério da Justiça, sob o comando de Torres, foram submetidos à investigação. As informações são do portal R7.
Uso da PRF para atrapalhar eleitores de Lula
Segundo a investigação, Vasques determinou que a PRF realizasse uma série de blitzes no transporte eleitoral, principalmente no Nordeste, região onde Lula recebeu mais votos.
A PF encontrou um mapeamento com os nomes das cidades em que Lula obteve mais de 75% dos votos no primeiro turno. Esse levantamento foi encontrado no celular de um dos policiais investigados.
Os pesquisadores relacionaram as cidades incluídas na planilha com as cidades que tiveram barreiras da PRF durante as eleições.
A acusação baseou-se no artigo 359-P do Código Penal, que define como crime a acção de “restringir, impedir ou dificultar, através do uso de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos por qualquer pessoa em virtude de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou origem nacional”.
STF ordena que ex-ministro e ex-diretor da PRF cumpram medidas
O ministro de Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que Vasques cumprisse medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a obrigatoriedade de comparecimento periódico à Justiça e a proibição de sair do país. Além disso, o ex-diretor será suspenso do porte de arma de fogo e proibido de usar as redes sociais.
O ex-ministro da Justiça deverá comparecer todas as segundas-feiras ao Tribunal de Execuções Penais do Distrito Federal e ficar em casa à noite e nos finais de semana. Torres também está proibido de sair do território da capital federal.
Vasques e Torres foram presos em 2023
Durante as investigações, Vasques foi preso em Florianópolis em agosto de 2023. Ficou detido por quase um ano e foi libertado no dia 8 de agosto deste ano por ordem de Alexandre de Moraes.
Torres ficou preso de janeiro a maio de 2023 por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro. Ele foi secretário de Segurança Pública do DF no período dos ataques golpistas e foi investigado por conduta negligente. Sua soltura também foi determinada por Moraes.
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