Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – A direção do Congresso Nacional, com o apoio de uma série de partidos políticos de todos os espectros, interpôs recurso para que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, reverta as decisões liminares do ministro do tribunal Flávio Dino que suspendeu a execução orçamentária de emendas parlamentares.
As determinações de Dino – ex-ministro da Justiça no governo Lula – abriram um novo capítulo no embate entre Congresso e Supremo sobre a questão da execução orçamentária, e ocorre às vésperas das eleições municipais, nas quais os parlamentares buscam ter influência nas eleições utilizando esse tipo de recurso em suas bases eleitorais.
No recurso ao STF assinado pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e em nota conjunta endossada por 11 partidos de direita, centro e à esquerda, rejeitam as alegações do Dino de que há falta de transparência e rastreabilidade nestas alterações e sustentam que foram adotadas “fora de qualquer contexto de urgência que justificasse uma análise isolada, e não colegiada”, por parte do Supremo Tribunal.
“Em uma única decisão monocrática, o Supremo Tribunal Federal revogou quatro Emendas Constitucionais, em vigor há quase 10 anos, e aprovadas por três legislaturas diferentes (presidências de Henrique Eduardo Alves, Rodrigo Maia e Arthur Lira, na Câmara dos Deputados, e de Renan Calheiros, Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco, no Senado Federal)”, disse a nota conjunta.
“No entendimento dos Advogados da Câmara dos Deputados e do Senado e dos partidos políticos, as decisões causam danos irreparáveis à economia pública, à saúde, à segurança e ao próprio ordenamento jurídico, além de violarem patentemente a separação de poderes”, reforçou o documento.
Parlamentares e partidos afirmam que as decisões de Dino querem controlar atos da administração pública e do Poder Legislativo e “paralisar políticas e obras públicas de extrema importância para a população e administrações estaduais e municipais”.
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado e os partidos PT, PL, União Brasil, PP, PSD, PSB, Republicanos, PSDB, MDB, Solidariedade e PDT apoiam a reversão das liminares de Dino.
Atendendo ao pedido de Dino, Barroso decidiu antecipar para sexta-feira o início do julgamento virtual para que o Supremo confirme ou rejeite as liminares concedidas. A votação só aconteceria no final do mês.
O embate entre Congresso e Supremo repercutiu no governo federal, com o adiamento, por enquanto, da votação de parte das normas da reforma tributária – uma das prioridades do Executivo no Legislativo no segundo semestre.
Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o debate e chegou a dizer que as emendas impostas foram o início de uma “loucura que aconteceu no Brasil”, dizendo que o Congresso sequestrou grande parte do orçamento para o detrimento do Poder Executivo.
Lula defendeu que se chegue a um acordo razoável sobre o assunto, avaliando que não é contra que os parlamentares tenham emendas, mas disse considerar que o montante de recursos sob controle do Legislativo é exagerado.
Nos últimos anos, aumentou o valor das emendas obrigatórias, valor que deputados e senadores podem utilizar para obras e ações nos Estados sem a necessidade de seguir um plano que o governo e os ministérios setoriais possuem para a utilização de recursos públicos.
Em dezembro de 2022, o STF já havia derrubado o chamado “orçamento secreto”, polêmico mecanismo que conferia ao Congresso maior controle sobre os recursos públicos com relativa transparência e que foi amplamente utilizado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Desde então, os parlamentares buscaram outros tipos de emendas para utilizar os recursos.
(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello em Brasília)
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