O Palácio do Planalto trabalha com a perspectiva de uma solução rápida para a crise provocada pela decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender o pagamento de todas as emendas parlamentares. A preocupação é que a decisão aumente a turbulência no Congresso e impeça o andamento da agenda econômica, considerada prioritária.
Na quarta-feira, a reação foi imediata e logo após o despacho de Dino, a Câmara adiou a votação dos destaques da regulamentação da reforma tributária, tema de interesse do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O cancelamento foi interpretado como uma “mensagem”.
Por enquanto, não se espera que Haddad, que teve papel de destaque na articulação com os parlamentares, entre em campo para ajudar a resolver o impasse. No entendimento da Fazenda, o problema está acima do departamento e não há, no momento, nada que o ministro possa fazer.
A avaliação dos assessores de Lula é que Dino tomou a decisão de conceder as duas liminares de bloqueio do pix e das emendas individuais justamente para que o assunto pudesse ser discutido entre os atores políticos em busca de uma solução.
Os membros do Governo acreditam que o impasse será resolvido nos próximos dias. Do lado do governo, estão diretamente envolvidos na discussão os ministros da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Procuradoria-Geral da República, Jorge Messias.
Os assessores de Lula têm se esforçado para reforçar que não há impressões digitais do Planalto na decisão de Dino, mas endossam a tese do ministro de que é preciso aumentar a transparência no pagamento e na distribuição das emendas e defendem que o debate sobre o tema é necessário.
Na sentença, apesar da suspensão das alterações, Dino determina que não serão retidos recursos destinados a obras já iniciadas e em andamento ou a ações em casos de calamidade pública. Ainda assim, existe a preocupação de que possa ter algum efeito na interrupção de obras já iniciadas nos municípios e que aguardam pagamento.
A decisão do ministro Dino não impactaria nenhuma obra de imediato, mas, num prazo de até 90 dias, poderia começar a repercutir em todo o país. No Planalto, porém, a perspectiva é que o impasse seja resolvido muito mais cedo.
O governo também não pretende interferir diretamente na busca de uma solução na briga entre Congresso e STF. Os assessores de Lula apostam em uma solução em que o próprio Congresso elabore normas para emendas que levem em conta três critérios contidos na decisão de Dino: transparência, rastreabilidade e eficiência.
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