Pulando de um palco para outro, visitando estandes e perambulando por corredores lotados como formigueiros, o engenheiro turco Orkut Büyükkökten poderia até passar despercebido pelos corredores da Rio Innovation Week, no centro do Rio de Janeiro – se não fossem suas calças brilhantes , cinto prateado e blusa roxa —um traje tão nostálgico quanto a rede social que fundou e que terminou há dez anos.
Longe de ser um rosto conhecido como Mark Zuckerberg, cofundador e líder do Facebook e do Instagram, Büyükkökten ainda é uma celebridade no Brasil, já que o país foi um dos lugares onde o Orkut era mais popular.
O fundador da rede social, que deu palestra no evento no Rio, busca destaque para sua tentativa de relançá-la, com o mesmo foco que a deixou marcada no imaginário das pessoas: as comunidades que aproximavam pessoas por afinidades, que Eles amavam ou odiavam qualquer tipo de coisa, desde calça saruel até acordar cedo.
Mas elimina qualquer nostalgia. Agora, ele quer a versão 2.0. do Orkut em que diz investir, conquistará um novo público: a geração Z, nativos da era digital.
As comunidades e os depoimentos — que eram depoimentos deixados nos perfis de amigos, familiares e namorados — estarão de volta. Segundo ele, o objetivo é que a rede social ajude a despertar sentimentos de pertencimento e a promover amizades fora das telas em vez de causar isolamento e divisão, algo que ele vê nas redes sociais atuais.
— A solidão virou epidemia, e a geração Z é a que mais sofre com isso — disse o fundador do Orkut ao GLOBO, após sua apresentação. — Ter conexões genuínas é parte fundamental da nossa existência, e elas não vêm da quantidade de seguidores que temos, mas sim das experiências que compartilhamos pessoalmente.
‘Polarização do bem’
Durante seu discurso no Rio, Büyükkökten criticou seus concorrentes, afirmando que Instagram e Facebook lucram com a negatividade, a raiva e cancelam a cultura. Segundo ele, esses fatores fazem com que os internautas passem mais tempo online, ficando, consequentemente, expostos à publicidade online por períodos mais longos.
Enquanto isso, na sua opinião, o engajamento criado no Orkut por comunidades como “Odeio segundas-feiras” ou “Adoro Havaianas” estabelece uma “polarização boa, divertida, que nada tem a ver com política”.
A partir de 2014, quando o Orkut saiu do ar por decisão do Google, que havia comprado a rede social, o empresário trabalhava em uma plataforma social chamada Hello, que foi desativada em 2022, após seis anos de funcionamento. Agora, ele diz que está focado na volta do Orkut, mas ainda não sabe dizer quando isso vai acontecer.
A data para o relançamento da rede social ainda não foi divulgada, mas seu fundador diz já esperar que ela volte a ser abraçada pelos brasileiros, como da primeira vez.
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