Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O mercado fechou perto de sua máxima histórica nesta quarta-feira, apoiado por dados de inflação nos Estados Unidos que reforçaram o corte de juros do Federal Reserve em setembro, enquanto uma série de resultados também ocuparam os holofotes.
O índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa, subiu 0,69%, para 133.317,66 pontos, na sétima alta consecutiva, o maior nível de fechamento desde 28 de dezembro de 2023.
O recorde histórico de fechamento do Ibovespa foi registrado no dia 27 de dezembro do ano passado, quando encerrou o dia em 134.193,72 pontos. No dia seguinte, atingiu o máximo histórico intradiário de 134.391,67 pontos.
Na máxima desta quarta, o Ibovespa atingiu 133.777,18 pontos. No mínimo, em 132.112,23 pontos.
O volume financeiro atingiu 63,476 bilhões de reais, em sessão marcada pelo vencimento das opções do Ibovespa e do contrato futuro do índice.
Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor subiu 0,2% no mês passado, com a alta acumulada em 12 meses em 2,9%, enquanto economistas consultados pela Reuters estimavam alta de 0,2% no mês e de 3,0% na comparação anual.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o IPC subiu 0,2% em julho e 3,2% em 12 meses – o aumento anual mais baixo desde abril de 2021.
Segundo o economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares, os números aliados aos dados de inflação dos produtores do dia anterior são suficientes para afirmar que o processo de desinflação foi retomado nos EUA.
Assim, acrescentou, consolidam o cenário necessário para que o Comité de Mercado Aberto (Fomc) da Fed inicie um processo de flexibilização monetária na sua próxima reunião, nos dias 17 e 18 de setembro.
“No entanto, a magnitude dos cortes e a intensidade do ciclo dependerão da leitura do colegiado sobre a situação e as perspectivas do mercado de trabalho americano, cujos resultados do mês de agosto serão divulgados no início de setembro”.
Em Nova Iorque, o índice de referência da bolsa norte-americana fechou em alta de 0,38%, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos caiu para 3,839% no final da tarde, face aos 3,854% do dia anterior.
DESTAQUES
– CEMIG PN (BVMF:) disparou 7,84%, com o balanço do segundo trimestre da elétrica apresentando lucro líquido recorrente de 1,13 bilhão de reais, queda de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Cemig aprovou 1,4 bilhão de reais em dividendos adicionais.
– JBS ON (BVMF:) saltou 6,99%, em meio à repercussão do lucro líquido de 1,72 bilhão de reais no segundo trimestre da maior processadora de carnes do mundo, além do anúncio de 4,4 bilhões de reais em dividendos. BRF ON (BVMF), que divulga resultados após fechamento, subiu 4,72%.
– LOCALIZA ON (BVMF:) caiu 16,84%, após a empresa de aluguel de veículos e administração de frotas reportar prejuízo líquido de 569,6 milhões de reais no segundo trimestre, com spread ROIC (indicador de rentabilidade) negativo. A empresa também divulgou orientação sobre depreciação.
– RAÍZEN PN (BVMF:) perdeu 4,13%, em meio ao prejuízo líquido ajustado de 6,9 milhões de reais no primeiro trimestre da safra 2024/2025. O EBITDA ajustado totalizou 2,3 bilhões de reais, abaixo das previsões dos analistas compiladas pela LSEG. A empresa afirmou ainda que vê oportunidades no combate aos distribuidores ilegais e uma ligeira queda na moagem de cana.
– BTG PACTUAL (BVMF:) UNIT caiu 1,69%, na contramão do setor no Ibovespa, mesmo após divulgar lucro líquido ajustado recorde de 2,9 bilhões de reais no segundo trimestre do ano, alta de 15%, mas apresentando leve queda na lucratividade. A administração sinalizou confiança na melhora do ROAE no ano.
– VALE ON (BVMF:) caiu 0,92%, acompanhando a queda dos futuros, com o contrato mais negociado em Dalian, na China, fechando em queda de 3,32%.
– PETROBRAS PN (BVMF:) valorizou 1,75%, mesmo com piora dos preços no exterior, onde o barril fechou em queda de 1,15%
– A XP (BVMF:) INC, negociada em Nova York, saltou 6,18%, apoiada no balanço do segundo trimestre, com lucro líquido recorde de 1,1 bilhão de reais, um aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano passado. no ano passado, num resultado marcado pelo crescimento das captações e pelo aumento da sua base de clientes.
– NU HOLDINGS (BVMF:), que também está listada nos EUA, subiu 5,27% depois de mais que duplicar o seu lucro líquido ajustado no segundo trimestre deste ano, para 563 milhões de dólares, superando as previsões dos analistas, com um aumento na carteira de crédito, mas também nas taxas de inadimplência.
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