Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) – O mercado caiu levemente nesta quarta-feira, com a reação dos investidores aos dados de inflação nos Estados Unidos que vieram em linha com o que os analistas esperavam, o que gerou pouca volatilidade nos mercados emergentes, como o Brasil.
Às 9h53, o dólar à vista caía 0,18%, a 5,4391 reais na venda. Na B3 (BVMF), o contrato de primeiro vencimento caía 0,13%, a 5,461 reais na venda.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia em queda de 0,90%, cotado a 5,4491 reais, atingindo a menor cotação de fechamento desde 16 de julho.
Esta manhã, investidores de todo o mundo analisaram os dados da inflação ao consumidor dos EUA em busca de pistas sobre a trajetória dos preços no país e as implicações para a política monetária do Federal Reserve.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o seu índice de preços ao consumidor (IPC) subiu 0,2% numa base mensal em julho, o mesmo valor esperado pelos economistas numa sondagem da Reuters, face a uma queda de 0,1% no mês anterior.
Em 12 meses, o índice atingiu alta de 2,9%, ligeiramente abaixo da projeção de 3% dos analistas e mais próximo da meta de 2% do Fed, após registrar ganho de 3% em junho.
O resultado, apesar de não movimentar tanto os mercados cambiais, favorece o argumento sobre um arrefecimento da inflação nos EUA, pois mostra que os fortes dados de preços registados no primeiro trimestre do ano, que preocuparam as autoridades do Fed na altura, ficaram para trás. .
Na terça-feira, números mais moderados do que o esperado sobre os preços ao produtor já haviam proporcionado algum otimismo sobre a trajetória da inflação nos EUA, levando a um maior apetite global pelo risco, com ganhos nos mercados acionários e entre moedas emergentes, incluindo o real.
Após os dados desta quarta-feira, os traders começaram a ver 56% de chance de o Fed reduzir sua taxa de juros em 25 pontos base, ante 48% antes da publicação do relatório, já que os números também reforçam a tese de uma desaceleração gradual no economia dos EUA, dissipando os receios de uma recessão.
Em teoria, quanto mais o banco central dos EUA reduz as taxas de juro, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atraente em comparação com outras moedas quando os rendimentos do Tesouro caem.
Os Treasuries, que também influenciam a atratividade dos ativos emergentes, apresentaram estabilidade, com a – referência global para decisões de investimento – caindo apenas 1 ponto base, para 3,848%.
Com isso, a moeda norte-americana apresentou estabilidade frente às moedas emergentes, sem grandes perdas ou ganhos frente ao , ao e ao peso colombiano.
No cenário nacional, permanece em foco a crescente percepção de que o Banco Central deveria manter a taxa Selic, hoje em 10,50% ao ano, elevada por mais tempo ou mesmo aumentá-la até o final do ano.
Na curva de juros, a taxa DI (Depósito Interbancário) de janeiro de 2025 – que reflete a política monetária no curtíssimo prazo – ficou em 10,725%, praticamente estável frente ao reajuste de 10,726% da véspera.
O – que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis moedas – caiu 0,04%, para 102,570.
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