O Brasil terminou o Olimpíadas de Paris com 20 medalhas, o segundo maior número de sua história olímpica, atrás apenas do Jogos de Tóquioem 2021, quando foram alcançados 21 pódios.
A partir de agora inicia-se um novo ciclo rumo aos Jogos Los Angeles 2028, para os quais já existem algumas expectativas, embora o caminho seja longo e sujeito a diversas mudanças.
Um dos principais desafios Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e as federações esportivas será manter a evolução do país em esportes que nunca trouxeram medalhas, mas tiveram boas perspectivas nas últimas Olimpíadas.
“Ganhar medalhas em mais modalidades, em novas modalidades também, dá a possibilidade de aumentar o número de medalhas”, comenta o ex-judoca Rogério Sampaio, diretor-geral do COB e chefe da missão brasileira em Paris. “Tivemos algumas modalidades que nunca conquistaram medalhas, mas estivemos muito próximas. Tem tiro com arco, tênis de mesa, ginástica rítmica – aquela equipe era capaz de ganhar medalha -, canoagem slalom, com certeza vou esquecer alguma modalidade”.
Alguns nomes do esporte citado por Sampaio chegaram a Paris no auge da carreira e terão a missão de tentar superar as próprias conquistas no novo ciclo. Hugo Calderanopor exemplo, foi o primeiro jogador de tênis de mesa de um país fora da Ásia e da Europa a chegar a uma semifinal olímpica. Acabou eliminado e perdeu a medalha de bronze, mas o feito foi marcante. Hoje com 28 anos, o carioca fará 32 nos Jogos de Los Angeles.
HUGO CALDERANO MASTERCLASS pic.twitter.com/XcugSGO1kg
— Time Brasil (@timebrasil) 1º de agosto de 2024
Marcos D’Almeidaque caiu nas oitavas de final do tiro com arco para o sul-coreano Kim Woo-jin – mais tarde vencedor do ouro -, tem 26 anos e pode chegar em boa forma, aos 30, na próxima Olimpíada. O esporte também poderá ganhar novos destaques nos próximos anos, pois conta com apostas como Isabelle Estevez18, campeão pan-americano júnior.
O BRASIL É O PAÍS DO TIRO COM ARCO!
MARCOS D’ALMEIDA VENCE O UCRANIANO COM CLASSE E CLASSIFICA PARA A 2ª FASE! pic.twitter.com/iUTJWm5Ghy
— debate e OLIMPÍADAS (@debateydebate) 30 de julho de 2024
Tanto no tênis de mesa quanto no tiro com arco, porém, mais do que manter o alto nível daqueles que já se destacaram, é preciso gerar e desenvolver mais talentos capazes de dar continuidade ao legado.
“O trabalho vai continuar, no sentido de ampliar o número de modalidades com capacidade de conquistar uma medalha para o esporte brasileiro. Entendo também que quebrar esse paradigma na sua modalidade, ser o primeiro atleta a conquistar uma medalha em uma modalidade que ainda não ainda foi alcançado Esse sucesso não é tão simples, não é tão fácil, mas estamos muito perto, mais perto estamos de uma medalha olímpica nessas modalidades”, comenta Sampaio.
Na ginástica rítmica, Bárbara Domingos tornou-se o primeiro brasileiro a disputar uma final individual da modalidade nos Jogos Olímpicos, também está entre os esportes que podem se desenvolver a ponto de trazer uma medalha para o Brasil, desde que a evolução não seja interrompida.
BÁRBARA DOMINGOS!
Ao som de “Je Suis Malade”, da belga Lara Fabian, Bárbara Domingos emocionou a todos com o aparelho da bola na final individual da ginástica rítmica!
A apresentação rendeu ao brasileiro nota 33,2 mil! #JogosOlímpicos #NoGeOlympics #Paris2024 pic.twitter.com/CqvL8M2VKs
— ge (@geglobo) 9 de agosto de 2024
sexto lugar em Gustavo Bala Loka no BMX livre e quarto lugar no Ana Sátila na canoagem slalom também apontam modalidades em que há potencial para serem exploradas.
Simplesmente Gustavo Bala Loka. 90,20!
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-LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) 31 de julho de 2024
É ELA! Ana Sátila se classifica para a final de Canoagem Slalom em #Paris2024 e está na disputa por uma medalha para o Brasil. pic.twitter.com/Ut8Tz9uR7X
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Como estão os “carros-chefe”?
O Brasil também terá que lidar com transições em seus principais esportes que costumam render medalhas. Na seleção feminina de vôlei, por exemplo, nomes como Thaísamas há uma nova geração pedindo passagem e cheia de potencial para brigar por uma medalha em Los Angeles.
Do grupo que conquistou o bronze em Paris, Tainara, 24, Julian Bergmann, 23, e Ana Cristina, 20, são exemplos de atletas que podem ter protagonismo no atual ciclo olímpico. Há também nomes como Júlia Kudiess, de 21 anos, que se machucou durante a Liga das Nações, em junho, e não pôde ir às Olimpíadas.
De qualquer forma, líderes importantes da equipe têm atualmente boas chances de continuar, como Rosamaria e Gabi Guimarães.
Brasil sobe ao pódio para receber a medalha de bronze pic.twitter.com/olzCZBMNLi
— Portal Vôlei Brasil (@portal_volei) 11 de agosto de 2024
Na ginástica artística, a tendência é que a grande estrela Rebeca AndradeA 25, hoje a maior medalhista olímpica da história do Brasil, vai aos Estados Unidos em busca de ampliar seu recorde, mas já pensa na necessidade de um sucessor. Júlia SoaresO jovem de 18 anos, que conquistou a medalha por equipes e disputou a final da trave, é uma aposta com chances de se tornar um nome maior no futuro.
“Uma hora o bastão tem que passar. Não é que eu espere uma nova Rebeca, espero uma nova pessoa, com a personalidade dela, o jeito dela, porque somos pessoas diferentes. que, quando eu passar o bastão, ela vai merecer”, disse Rebeca durante as competições em Paris.
ELA SAMBEU PARA MOSTRAR QUE É BRASILEIRA! Júlia Soares ficou com 13.500 pic.twitter.com/xhNvplQ4oh
—ge (@geglobo) 28 de julho de 2024
Um dos esportes com maior potencial para continuar trazendo medalhas ao Brasil é o skate, que vai para sua terceira Olimpíada. Depois de três pratas nos Jogos de Tóquio, com Pedro Barros no parque e Rayssa Leal e Kelvin Hoefler na rua, o país teve dois bronzes em Paris, um deles de Rayssa, 16, e outro de Augusto AkioJapinha, 22 anos.
RAYSSA LEAL É BRONZE EM PARIS!!!!!!
NOSSA FADA DO SKATE pic.twitter.com/4CRZx7PSwF
— debate e OLIMPÍADAS (@debateydebate) 28 de julho de 2024
— Time Brasil (@timebrasil) 7 de agosto de 2024
A Confederação Brasileira de Skate (CBSk) conta com uma equipe júnior para preparar novos talentos e está confiante de que há material humano para que o esporte continue levando a bandeira brasileira aos pódios olímpicos.
Ainda há muitos nomes jovens que começam a surgir, como Manu Moretti na rua e Helena Laurino no parque, ambos com 12 anos, além de atletas que competiram em Paris e têm espaço para chegar mais fortes em Los Angeles, no caso de Raicca Venturaa partir de 17.
O judô é mais um caso de esporte que entra fortalecido no novo ciclo, após o ouro do Beatriz Souza26, a prata de Willian Lima24, os bronzes de Larissa Pimenta25, e na disputa por equipes. Foi o melhor desempenho do judô nacional em uma Olimpíada. Há 12 anos, o Brasil também tinha quatro medalhas no judô, mas nenhuma prata.
O judô brasileiro continua fazendo história. pic.twitter.com/c4pzi36hpE
— Time Brasil (@timebrasil) 3 de agosto de 2024
Há também expectativa quanto à retomada do domínio do vôlei de praia, que já Dudley e Ana Patrícia medalhistas de ouro em Paris após os Jogos de Tóquio terminarem sem medalha brasileira na modalidade. O Brasil é o país com mais pódios no vôlei de praia olímpico, 14 contra 11 dos Estados Unidos, mas os norte-americanos têm mais ouros – sete contra quatro.
DUDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
QUE JOGO É ESSE????????? #OlimpíadasNoGloboplay #GloboplayMaisCanais pic.twitter.com/ZJ81AfIh3D— globoplay (@globoplay) 8 de agosto de 2024
A forma como será organizado o ciclo para Los Angeles-2028 dependerá muito dos rumos que serão tomados na gestão da COB, que passará por eleições este ano, com data ainda a ser definida.
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