O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, publicou nota de condolências pela morte do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, de 96 anos, na madrugada desta segunda-feira, 12. O Chefe do Executivo relembrou algumas histórias contadas pelo economista durante e disse que o seu legado será debatido pelas futuras gerações de economistas e figuras públicas.
“Durante 30 anos critiquei Delfim Netto. Na minha campanha de 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos nas políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos.
Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período”, escreveu Lula na nota de condolências publicada pelo Palácio do Planalto. “Quando o adversário político é inteligente, ele nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”.
Na publicação, o presidente lembrou ainda a morte da economista Maria da Conceição Tavares, falecida em junho. Segundo Lula, em pouco tempo o Brasil perdeu duas “referências no debate econômico”.
“O legado do trabalho e do pensamento dos dois, divergentes, mas ambos de grande inteligência e erudição, continua a ser debatido pelas futuras gerações de economistas e figuras públicas”, escreveu.
Ao final da mensagem, Lula prestou condolências aos familiares, amigos e alunos de Delfim Netto.
O ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal estava internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein por complicações de saúde. Ele deixa para trás sua filha e neto. Não haverá velório aberto e seu sepultamento será restrito à família.
Delfim foi ministro do regime militar nos governos dos generais Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici e João Baptista Figueiredo e deputado federal, mas também um dos principais assessores de presidentes e empresários petistas.
Nas eleições de 1998, como membro do PPB de Paulo Maluf, Delfim Netto disse que Lula não deveria ser “satanizado”. Na eleição seguinte, em 2002, elogiou a Carta ao Povo Brasileiro, mas só quando o dirigente sindical foi ao segundo turno com José Serra, Delfim Netto manifestou seu apoio, em entrevista publicada no site de Lula.
No governo petista, teve assento no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, nomeou pessoas próximas para cargos em estatais, foi assessor da Empresa Brasil de Comunicação e cogitado diversas vezes para ministro. Em 2009, declarou que “Lula salvou o capitalismo brasileiro”.
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