O governo federal já autorizou 24 empresas a construir 45 ferrovias privadas desde 2021. Naquele ano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou o Pró-Trilhos (Programa de Autorização Ferroviária), com a possibilidade de as empresas solicitarem autorização para terem ferrovias próprias. com licenças de 99 anos. No entanto, nada se concretizou até agora.
Bem recebido pelo mercado, o programa provocou uma enxurrada de pedidos. Foram realizadas 72 encomendas ferroviárias, resultando em 47 contratos assinados durante os governos Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Destes, 2 eram contratos que foram posteriormente rescindidos por mútuo acordo, ficando em vigor 45 autorizações.
Os projetos totalizam R$ 225 bilhões em investimentos privados e 12.707 km de novas ferrovias. Para se ter uma ideia, teria potencial para aumentar em 41% o tamanho da malha ferroviária brasileira, que é de aproximadamente 30,6 mil km. E desse total, 10.111 km estão abandonados atualmente.
Apesar de todo o potencial, nem 1 metro foi construído até agora. Das ferrovias autorizadas, 20 (o que equivale a 44%) nem sequer solicitaram licença prévia, que é a primeira licença ambiental que precisa ser solicitada para a execução do projeto. Os outros 25 estão com o processo em andamento.
Nenhuma empresa obteve ainda esta autorização inicial para solicitar a licença de instalação, que autoriza o início das obras. E apenas 2 dos 45 projetos iniciaram desapropriações, segundo dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Existe uma grande diferença entre o modelo de autorização e o modelo de concessão:
- concessão: a ferrovia é pública, mas arrendada por determinado período de tempo para funcionamento de uma empresa. Isso é feito em leilão. Está contratualmente comprometido a fazer investimentos, é obrigado a conceder direitos de passagem e a pagar concessões ao governo;
- autorização: a ferrovia é privada, com licença de 99 anos que pode ser renovada. Não há leilão. A empresa é livre para fazer investimentos e não é obrigada a dar prioridade a outras empresas em seu caminho.
Essas diferenças tornam o modelo de autorização ferroviária mais atrativo para as empresas. Prova disso é que as empresas do setor que já possuem concessões foram as que mais solicitaram aprovação para construir ferrovias privadas: Rumo (BVMF:) e VLI.
A maioria dos projectos destina-se a ligar instalações industriais e regiões de produção agrícola a portos ou caminhos-de-ferro existentes. Em outros casos, foram obtidas autorizações para construção de filiais menores, como dentro de complexos portuários.
Entre as dificuldades que dificultam os projetos está a falta de regulamentações que proporcionem mais segurança jurídica e a ausência de licenças ambientais. O facto de, em alguns casos, diferentes empresas terem obtido autorização para construir o mesmo troço também é importante.
Há outro fator que é a falta de simpatia pelo modelo dentro do governo Lula. O ministro dos Transportes, Renan Filho, já chamou os projetos de “ferrovias de papel”.
A avaliação da atual gestão é que o programa da era Bolsonaro foi criado às pressas. O Ministério dos Transportes quer avançar na regulamentação de aspectos do programa antes de dar luz verde aos projetos.
Enquanto o governo hiberna o programa e sinaliza que poderá alterar algumas regras, os pedidos de licenciamento ambiental ficam no ar. As empresas perderam a pressa em realizar EVTEAs (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental), etapa necessária para solicitar licença prévia.
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