Presidente da Petrobrás diz “não renunciar à exploração responsável das bacias da Margem Equatorial”

Em sua primeira mensagem direcionada ao mercado financeiro, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa garantirá “respeito à lógica empresarial, transparência e governança”.

Na abertura da teleconferência de apresentação dos resultados do segundo trimestre deste ano, quando registrou prejuízo de R$ 2,6 bilhões, ela listou as prioridades da empresa para o futuro, como ampliar as reservas de petróleo, buscar ativos no exterior e aumento dos investimentos em gás, fertilizantes e produtos petroquímicos.

— Aos nossos investidores, garantimos o respeito pela lógica empresarial, pela transparência e pela nossa governança. Garantimos disciplina de capital e alavancagem controlada, garantindo que o fazemos considerando os investimentos necessários ao crescimento da empresa e reconhecendo a demanda de acionistas governamentais e privados por dividendos. Entendemos que, desta forma, estaremos contribuindo para movimentar a economia do país e atender aos anseios mais profundos dos nossos acionistas — disse Magda.

Ela destacou as prioridades da Petrobras:

— Nossa maior prioridade é construir o caminho para que a Petrobras seja duradoura e tão ou mais relevante para o Brasil do que é hoje. E isso só será possível se continuarmos a crescer de forma eficiente e rentável. Isto significa que temos de ser ágeis para manter o nosso historial de reposição de reservas e, ao mesmo tempo, procurar fontes de energia mais limpas. É muito importante destacar que, sem reposição das reservas de petróleo e gás, a Petrobras estaria fadada ao fracasso.

Segundo ela, embora ainda existam oportunidades exploratórias nas bacias do pré-sal e sudeste, ela destacou a importância da margem equatorial.

— Não podemos renunciar à exploração responsável das bacias da margem equatorial brasileira. É essencial para a Petrobras e para o Brasil que obtenhamos licença para perfurar os poços exploratórios necessários. Se o potencial da área se confirmar, os resultados em termos de emprego e renda serão absolutamente inquestionáveis ​​para a sociedade. Além da margem equatorial, precisamos continuar explorando a Bacia de Pelotas, também uma área promissora no Sul do Brasil.

Magda destacou ainda a busca por ativos no exterior:

— Estamos atentos às oportunidades em territórios estrangeiros, especialmente na América do Sul e nas bacias da margem atlântica da África. No último fim de semana, descobrimos gás natural na costa da Colômbia, num bloco com elevado potencial para novas descobertas.

Ao mencionar a entrada de uma nova plataforma no Campo de Jubarte, no pré-sal, Magda lembrou que o objetivo é gerar mais valor para os acionistas:

— Temos excelentes ativos e geraremos mais valor para nossos acionistas governamentais e privados. Este ano veremos a entrada em operação do gasoduto Rota 3, aumentando a oferta de gás do pré-sal ao mercado brasileiro. E é neste contexto que estamos atentos às oportunidades de expansão do mercado do gás, com oportunidades que incluem a sua utilização tanto como combustível como matéria-prima.

Além do gás, ela mencionou petroquímicos e fertilizantes:

— Buscaremos retomar as operações de fertilizantes e petroquímicas, pois agregam valor à nossa produção de gás natural. Nossa visão de longo prazo foca em investimentos em exploração e produção e na busca pela diversificação de fontes de energia renováveis. Estes dois elementos são essenciais para garantir o crescimento e a rentabilidade da empresa nas próximas décadas.

Magda também avaliou o resultado:

— Posso dizer que os resultados (do segundo trimestre) foram sólidos e totalmente dentro do esperado. Um evento não recorrente, como o acordo fiscal com o Ministério da Fazenda, trouxe vantagens significativas para a empresa e para a União, vantagens que foram reconhecidas pelo mercado.

Além disso, a acentuada volatilidade cambial do período, sem efeito no caixa ou no patrimônio da empresa, impactou a contabilidade interna da empresa — disse Magda.