A recomendação do Ministério da Saúde é que o medicamento tetraviral, que além da varicela protege contra sarampo, caxumba e rubéola, seja aplicado aos 15 meses de idade
A criança de 1 ano e 10 meses que faleceu em decorrência de complicações causadas pela catapora, popularmente conhecida como varicela, no último sábado (3), estava com 7 meses de atraso para a vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
As informações são do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap), que recebeu a criança na noite de 31 de julho. Inicialmente foi atendida no Pronto Atendimento, apresentando febre e lesões vesiculares pruriginosas. Lá, ela foi tratada com antibióticos e levada ao hospital.
“Na internação do Humap, em exames de imagem, foi identificada pneumonia grave. A criança faleceu em decorrência de complicações causadas pela varicela”, diz nota do Hospital.
Saber: A varicela é uma doença infecciosa e altamente contagiosa causada pelo vírus Varicella-Zoster, que ocorre com mais frequência em crianças e ocorre no final do inverno e início da primavera. A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas, que se apresentam em diversas formas e são acompanhadas de prurido.
Por se tratar de uma doença altamente infecciosa, o Hospital Universitário adotou o bloqueio sanitário recomendado pelo Ministério da Saúde, que inclui medidas como:
- Investigação de casos suspeitos da doença e casos secundários no hospital, na Unidade de Pronto Atendimento, residência e creche;
- Levantamento de contatos suscetíveis em ambientes hospitalares, Unidades de Pronto Atendimento, domicílios e creches;
- Bloco de vacinação (hospital, UPA, residência e creche);
- Orientação e acompanhamento do surgimento de novos casos nos próximos 21 dias.
Retorno das mortes após três anos
Como relatado anteriormente por Correio EstadualCampo Grande não registra mortes pela doença desde 2021. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), 110 casos foram registrados naquele ano.
No ano seguinte, houve queda no número de casos, com 71 notificados. Em 2023, os registros voltaram a subir, com 111 casos.
Desde janeiro deste ano, a Capital teve 83 casos da doença.
Confira dados dos últimos 10 anos:
ANO | CASOS | MORTES |
2014 | 1.114 | |
2015 | 730 | |
2016 | 1.314 | 1 |
2017 | 1.142 | 3 |
2018 | 774 | |
2019 | 346 | |
2020 | 78 | |
2021 | 110 | 1 |
2022 | 71 | |
2023 | 111 | |
2024 | 83 |
Vacina
A principal forma de prevenir e controlar a doença é a vacinação. Em 2013, o Ministério da Saúde introduziu a vacina tetraviral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora), na rotina de vacinação de crianças que já foram vacinadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da Capital, a cobertura em Campo Grande é de 83% em 2024.
Além da vacina tetraviral, existe também uma vacina específica para varicela. A Sesau recebeu este ano 5.270 doses da vacina contra catapora.
“A Sesau orienta que as crianças que se enquadram na faixa etária recomendada podem procurar as unidades para avaliar seu cadastro e indicar a melhor estratégia de esquema vacinal. A Sesau informa que aguarda sempre o envio do imunizante pelo Ministério da Saúde. Assim que possível chegam novas remessas, as vacinas são distribuídas às Unidades de Saúde”, diz a nota.
A vacina para varicela (catapora) tem indicações precisas, levando em consideração a situação epidemiológica da doença, por isso não está disponível universalmente no SUS.
Indicações para vacinação contra catapora (varicela):
- População indígena a partir dos quatro anos de idade.
- Surto hospitalar da doença: vacinar, até cinco dias após o surto, crianças maiores de 9 meses que tenham imunidade baixa e que estejam internadas e outras pessoas suscetíveis.
- Profissionais de saúde, cuidadores e familiares suscetíveis à doença que estejam convivendo em casa ou no hospital com pacientes com maior risco de contrair a doença com consequências graves, como crianças com câncer, pessoas em geral submetidas a cirurgias, doadores de órgãos e células-tronco, entre outros.
- Pacientes com doenças renais crônicas.
- Crianças, adolescentes e adultos infectados pelo HIV.
- Doenças dermatológicas graves.
- Pessoas que usam cronicamente ácido acetilsalicílico (aspirina). Recomenda-se suspender o uso por seis semanas após a vacinação.
Prevenção
As principais medidas de prevenção e controle da varicela (varicela) são:
- Vacinação.
- Lave as mãos após tocar nas lesões.
- Isolamento: As crianças com varicela não complicada só devem regressar à escola depois de todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunocomprometidas ou com evolução clínica prolongada só devem retornar às atividades após o término da erupção vesicular.
- Pacientes hospitalizados: contato e isolamento respiratório até a fase de formação de crostas.
- Desinfecção: competir com objetos contaminados com secreções nasofaríngeas.
- Imunoprofilaxia em surtos hospitalares.
Transmissão
A varicela é facilmente transmitida a outras pessoas. O contágio ocorre pelo contato com o líquido da bolha ou por meio de tosse, espirro, saliva ou objetos contaminados pelo vírus, ou seja, contato direto ou secreções respiratórias.
Indiretamente, é transmitido por meio de objetos contaminados com secreções de vesículas e mucosas de pacientes infectados.
- Raramente, a varicela (varicela) é transmitida pelo contato com lesões cutâneas. O período de incubação do vírus Varicela, causador da varicela, é de 4 a 16 dias. A transmissão ocorre entre 1 e 2 dias antes do aparecimento das lesões cutâneas e até 6 dias depois, quando todas as lesões estão na fase de formação de crostas.
- Importante: A criança deve ser afastada da creche ou escola por 7 dias, após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.
Sintomas
Os sintomas da varicela, em geral, começar entre 10 e 21 dias depois de contrair a doença. Os principais sinais e sintomas da doença são:
- manchas vermelhas e bolhas no corpo;
- Mal-estar;
- cansaço;
- dor de cabeça;
- perda de apetite;
- febre baixa.
As bolhas aparecem inicialmente na face, tronco ou couro cabeludo, espalham-se e transformam-se em pequenas vesículas cheias de um líquido transparente. Dentro de alguns dias, o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizar. Esse processo causa muita coceira, que pode infectar as lesões por bactérias presentes nas unhas ou objetos usados para coçar.
Aos primeiros sintomas é necessário procurar um serviço de saúde para que um profissional oriente o tratamento e avalie a gravidade da doença. Para evitar o contágio, é necessário restringir a entrada de crianças ou adultos com varicela em locais públicos até que todas as lesões cutâneas tenham cicatrizado, o que acontece, em média, num período de duas semanas. Mãos, roupas e roupas de cama, bem como outros objetos que possam estar contaminados, devem passar por limpeza rigorosa.
Complicações
As principais complicações da varicela, nos casos graves ou tratados inadequadamente, são:
- encefalite;
- pneumonia;
- infecções de pele e ouvido.
A encefalite é uma inflamação aguda do sistema nervoso central, que causa inflamação do cérebro. Se não for tratada, pode ser fatal. Afeta principalmente bebês, crianças e adultos com sistema imunológico comprometido.
Pessoas com varicela não devem ter contato com recém-nascidosmulheres grávidas ou qualquer indivíduo com baixa imunidade (como pessoas com AIDS ou estão realizando quimioterapia), pois a doença pode ser mais grave nesses grupos.
Com informações do Ministério da Saúde.
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