Ibovespa avança com bancos, mas Vale e Petrobras pesam; Vamos desaba após balanço Por Reuters

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O teve discreta alta nesta terça-feira, apoiado principalmente no desempenho dos bancos, com destaque mais uma vez para as ações do Bradesco, enquanto a Vamos liderou as perdas após o resultado trimestral.

Os investidores também continuam monitorando o cenário externo, com Wall Street buscando uma trégua da pressão vendedora dos últimos pregões, enquanto, no Brasil, o Banco Central reforçou seu compromisso com o controle da inflação.

Por volta das 11h, o Ibovespa, referência da bolsa brasileira, subia 0,18%, aos 125.500,03 pontos, enfraquecido pela queda das blue chips Vale e Petrobras. O volume financeiro totalizou 4,43 bilhões de reais.

Em Nova York, subiu 0,81%, após três quedas consecutivas, período em que acumulou perda de 6%, e só na véspera caiu 3%, em meio a temores sobre o ritmo da economia norte-americana.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC afirmou na ata de sua última decisão sobre taxas de juros que não hesitará em aumentar a taxa Selic para garantir a convergência da inflação à meta, se julgar apropriado.

Segundo a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú chefiada pelo ex-diretor do BC Mario Mesquita, a ata mostrou um comitê pronto para aumentar os juros caso a moeda permaneça onde está.

“Como acreditamos que o real se fortalecerá nas próximas semanas, à medida que os mercados globais se acalmarem, mantemos, por enquanto, a previsão de que a Selic permanecerá em 10,50% ao ano”, afirmou em relatório aos clientes.

“Se a taxa de câmbio não reagir, será inevitável um ciclo de subida, a partir de setembro”, acrescentou.

Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil WM, Gino Olivares, a ata reforçou a mensagem mais dura do comunicado que acompanhou a decisão do BC na semana passada e mostra um Copom coeso e comprometido com o objetivo de levar a inflação à meta.

“Num cenário que, por vários fatores, se torna cada vez mais incerto, temos agora menos uma incerteza”, apontou.

DESTAQUES

– O BRADESCO PN (BVMF:) valorizou 3,09%, ainda impulsionado pelo impacto positivo dos resultados trimestrais divulgados na véspera, enquanto o ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) subiu 1,27% antes da divulgação do balanço do segundo trimestre após o mercado fecha nesta terça-feira. Ainda no setor, o BTG PACTUAL (BVMF:) avançava 2,23%, enquanto o BANCO DO BRASIL EM (BVMF :), que divulga resultados na quarta-feira, ganhava 0,8%.

– VALE ON (BVMF:) caiu 0,86%, em meio à queda dos contratos futuros na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou em queda de 1,4%. Em Singapura, o prazo de referência caiu 0,11%. O Itaú BBA reiterou recomendação de “outperform” para as ações da mineradora, mas reduziu o preço-alvo dos ADRs (que são negociados em Nova York) de 14 para 13 dólares.

– PETROBRAS PN (BVMF:) cedeu 0,64%, em dia de variação modesta nos preços externos, com o barril negociado em alta de 0,18%. Os investidores também aguardam a divulgação do balanço da petroleira na quinta-feira, após o fechamento do mercado, e, principalmente, uma decisão envolvendo os dividendos da estatal.

– VAMOS ON (BVMF:) caiu 7,8%, depois que a empresa de gestão e locação de frotas de veículos pesados ​​reportou lucro líquido ajustado de 205,5 milhões de reais no segundo trimestre, quase o dobro dos 107 milhões de reais do ano anterior, mas abaixo das expectativas.

– GPA ON caiu 5,86%, revertendo a máxima de abertura e após subir quase 15% na véspera. A varejista divulga seus números do segundo trimestre após o fechamento. Os investidores também continuam especulando sobre o destino da participação do French Casino na dona da bandeira Pão de Açúcar (BVMF:), após o grupo declarar que não é mais um ativo estratégico.

– MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:) perdeu 4,42%, tendo como pano de fundo relatório de analistas do UBS BB que reduziu o preço-alvo das ações de 23 para 14 reais, ao mesmo tempo em que reiterou a recomendação “neutra”. Os analistas reduziram as estimativas de receita líquida em 1% a 5% a partir de 2025, citando que, apesar de um cenário mais favorável para as lojas físicas, a intensa concorrência no e-commerce deve pesar no crescimento da receita.