Direto de Paris, França – Desde o início de Jogos Olímpicos de Paris, a enorme torcida brasileira in loco deu show à parte, acompanhando e apoiando os atletas do Time Brasil. As conquistas dos conterrâneos são celebradas simultaneamente em todas as arenas onde há brasileiros nas arquibancadas. Da mesma forma, as derrotas, como as tantas deste domingo (4), também são sentidas.
Um exemplo foi quando a arena La Concorde 1 tremeu, no último domingo (28), minutos antes de Rayssa Leal realizar a manobra que a confirmou como medalhista de bronze, pois, a 7km de distância, na Arena Champ-de-Mars, o judoca William Lima venceu a medalha de prata.
Neste domingo (4), o dia começou com sinais de que nem tudo correria como o esperado. No tiro com arco, o número 1 do ranking mundial, Marcus D’Almeida, foi eliminado nas oitavas de final. Logo em seguida, a dupla George e André se despediu, também nas oitavas de final, após derrota para os alemães Wickler e Ehlers . Quase simultaneamente, a boxeadora Jucielen Romeu sucumbiu ao turco Yildiz Kahraman nas quartas de final e também se despediu dos jogos.
Ao chegar ao Complexo Esportivo Paris Sul, os brasileiros buscavam reforço, torcendo para que a medalha viesse com Hugo Calderano, na disputa pelo bronze no tênis de mesa. Não veio.
Ao entrar e ser aplaudido pelo público da Arena 4, Calderano estava visivelmente abalado. Ele próprio confirmou então que não conseguiu digerir a derrota nas meias-finais para o sueco Truls Moregard.
Quando o francês Felix Lebrun fechou o primeiro set com muita tranquilidade, em apenas seis minutos, ficou claro para todos que a medalha não viria, como não veio.
“Sempre fica aquele gosto amargo porque eu, ele, o Brasil inteiro sabia que poderíamos ganhar uma medalha. A gente fica um pouco abalado aqui saindo, triste, mas o sentimento é de muito orgulho”, lamenta o torcedor paulista Saulo Vasconcelos, de 34 anos, lembrando que, mesmo sem medalha, Hugo fez história no tênis de mesa brasileiro, ao chegar entre os quatro melhores .
A notícia da classificação de Ana Sátila para as quartas de final do caiaque cross veio como um tiro no braço, pois ainda havia duas duplas brasileiras à sua frente no vôlei de praia e no vôlei de salão.
Essa injeção começou a dar errado quando Bárbara e Carol Solberg perderam para as australianas Mariafe e Clancy por 2 a 0. Do Stade de France chegou outra má notícia: Valdileia Martins, na final do salto em altura, lesionou-se na corrida e não conseguiu completar o salto.
Espantados, os brasileiros se entreolharam. As esperanças estavam na dupla de vôlei de praia Evandro e Arthur, além da seleção feminina de vôlei indoor. E o refresco chegou, ao pôr do sol e ao acender das encantadoras luzes da Torre Eiffel.
A dupla brasileira garantiu vaga nas quartas de final ao vencer Van de Velde e Immers por 2 a 0, mesmo com certa facilidade. Em quadra, as mulheres deram show e encerraram a participação na primeira fase com a melhor campanha, vencendo a Polônia por 3 sets a 0.
Reza a lenda nos Jogos Olímpicos que, em todas as edições, há um dia muito ruim para o Brasil. Este domingo, 4 de agosto, foi esse dia. Isso é o que se espera. Ser visto.
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