Repórter Verônica Dalcanal, que trabalha como correspondente de veículos da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) nos Jogos Olímpicos, foi vítima de assédio por parte de três homens que passavam pelas casas do país em Paris no sábado (3), enquanto o jornalista participava de uma transmissão ao vivo pela TV Brasil.
Enquanto o repórter fazia a reportagem sobre o dia dos atletas brasileiros nos Jogos de Paris, durante a transmissão de um jogo da Série B do Campeonato Brasileiro, três homens, aparentemente estrangeiros, se aproximaram e começaram a cantar.
Um deles então se aproximou da jornalista e beijou seu rosto sem consentimento, ato que foi prontamente repelido por ela. Logo depois, outro dos homens também a beijou, o que foi novamente rejeitado por Verônica.
“Acho revoltante que jornalistas ainda passem por esse tipo de situação no trabalho. Pessoalmente também estou triste porque esta cobertura também será marcada por este episódio. Cobrir os Jogos Olímpicos de Paris é um sonho profissional que tive a sorte de poder realizar. Tal como outros colegas, quis recordar esta cobertura apenas pelas entrevistas, pelos artigos escritos, pelas entradas em direto e pela emoção de acompanhar os nossos atletas. Infelizmente não será assim. Mas também lembrarei da solidariedade dos meus colegas aqui e no Brasil, essencial para que eu termine bem o dia de hoje. Em Paris, as mulheres puderam participar das Olimpíadas pela primeira vez. Nesta edição dos jogos buscou-se a igualdade no número de atletas masculinos e femininos participantes. 124 anos depois. Infelizmente, ainda precisamos lutar para sermos tratados com respeito. Mas não estamos sozinhos na luta”, declarou Verônica.
O diretor de jornalismo da A EBC, Cidinha Matos, condenou o episódio em nome do Conselho de Administração da empresa pública: “É inaceitável o assédio à repórter da TV Brasil, emissora da EBC, Verônica Dalcanal, durante transmissão ao vivo das Olimpíadas de Paris. É um ataque aos jornalistas, às mulheres e ao espírito olímpico, principalmente nesta edição em que as mulheres, em especial as brasileiras, estão ganhando o merecido destaque”, destacou.
“Nossa solidariedade e apoio da EBC e de todos os colegas de trabalho à Verônica e ao seu profissionalismo na cobertura das Olimpíadas de 2024.”
A ministra da mulher, Cida Gonçalves, e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) prestaram solidariedade ao jornalista. Ambos classificaram o crime como “inaceitável”.
“Esta é uma Olimpíada especial pela igualdade entre homens e mulheres no esporte. Pela primeira vez, a Seleção Brasil tem maioria feminina e, das nossas medalhas até hoje, a maioria foi conquistada por mulheres. propriedade sobre nossos corpos, e que jornalistas e outras mulheres em espaços de poder passem por situações como essa. Precisamos ser respeitadas em todos os espaços”, disse a ministra por meio de suas redes sociais.
Numa nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República também manifestou solidariedade e disse ser “inaceitável que mulheres jornalistas continuem a ser vítimas desta violência”.
“A Secom dará todo o apoio que for necessário neste momento. Parabenizamos toda a equipe da EBC – em Paris e no Brasil – que, com seu profissionalismo e dedicação, vem cobrindo a participação brasileira nos Jogos Olímpicos, fornecendo informações de qualidade nas mais diversas áreas . meios em todo o país e fortalecendo a comunicação pública e governamental”, publicou a secretaria.
O presidente da EBC, Jean Lima, declarou ser “inadmissível que mulheres ainda sejam submetidas a esse tipo de agressão, principalmente jornalistas no exercício da profissão. Verônica, minha solidariedade”.
“Força para seguir em frente. Que o feminismo persista e triunfe”, acrescentou. A manifestação se soma à da diretora de jornalismo da EBC, Cidinha Matos, que já havia declarado apoio a Verônica em nome de toda a diretoria da empresa pública na noite de sábado (3).
“É inaceitável o assédio à repórter da TV Brasil, emissora da EBC, Verônica Dalcanal, durante transmissão ao vivo das Olimpíadas de Paris. É um ataque aos jornalistas, às mulheres e ao espírito olímpico, principalmente nesta edição em que as mulheres, em especial as brasileiras, estão ganhando o merecido destaque”, destacou. “Nossa solidariedade e apoio da EBC e de todos os colegas de trabalho à Verônica e ao seu profissionalismo na cobertura das Olimpíadas de 2024.”
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