O processo de triagem realizado pelos catadores é dificultado devido às fezes de animais, folhas, entulhos e lixo em geral que chegam entre os materiais recicláveis
Embora a coleta seletiva realizada pela Solurb ocorra em Campo Grande, porta a porta em dias e horários específicos que não coincidem com a coleta convencional, pelo menos 40% da coleta seletiva coletada na capital é separada indevidamente.
Em entrevista ao Correio do Estado, o sócio-fundador da cooperativa de catadores Coopermaras/Atmaras, Daniel Arguello Obelar, alerta sobre a falta de educação ambiental em relação
“É importante que a população entenda através da educação ambiental que esse material que chegará até nós está em condições de ser devolvido às indústrias. Infelizmente ainda acaba no recolhimento de recicláveis, fezes de animais, folhas, fraudes, lixo em geral”, alertou Daniel.
O catador que trabalha na central de triagem de materiais recicláveis para coleta seletiva de Campo Grande informou quais materiais recicláveis são corretos para os moradores colocarem nas calçadas para coleta seletiva.
“Recebemos diariamente cerca de 15 a 20 toneladas de lixo, 30% dos recicláveis são vidros, mas também separamos para venda plástico, papelão, produtos de higiene, garrafas PET, sucata, material fino e cobre”, disse Obelar.
Além dos materiais relatados pelo catador que chegam incorretamente à fábrica durante a coleta seletiva, Daniel destaca que um dos mais frequentes é a madeira, material que não é separado para reciclagem e comercialização.
“Infelizmente, esses materiais contaminam os recicláveis, deixando impróprios os materiais que entregamos e vendemos às empresas de reciclagem”, acrescentou.
A Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis dos Aterros Sanitários do MS (ATMARAS), em Campo Grande, trabalha com o processo de logística reversa que rendeu R$ 500 mil para a Associação em 2022, com a separação e venda de produtos recicláveis que seriam descartados no aterro.
PROCESSO DE TRIAGEM
A triagem dos coletores é uma das etapas da logística reversa, que consiste em um ciclo de reaproveitamento de embalagens que são produzidas pelas indústrias, saem para serem distribuídas no varejo, chegam ao consumidor do produto que descarta as embalagens que são coletadas e selecionadas pelas cooperativas. , que vendem o material para empresas de reciclagem transformarem embalagens descartadas em matéria-prima para as indústrias reaproveitarem na confecção de novas embalagens.
A reportagem do Correio do Estado acompanhou o processo desse ciclo na fase de coleta e seleção na central de triagem de materiais recicláveis da coleta seletiva de Campo Grande.
Conforme demonstrado pelo sócio fundador da cooperativa Coopermaras/Atmaras, toneladas de lixo com materiais reaproveitáveis como vidro, plástico, papelão, cobre e latas de alumínio passam por triagem inicial por catadores que depositam os materiais reaproveitáveis nas lixeiras.
Nas lixeiras, os trabalhadores separam os produtos descartados para cada tipo de material reciclável. Segundo a cooperativa Coopermaras/Atmaras, em cada esteira transportadora os catadores separam 70 toneladas de resíduos recicláveis por mês.
Porém, todos os dias, quase metade dos resíduos que são separados pela população consumidora não são reaproveitados pelos catadores, devido à separação incorreta de materiais que não são recicláveis, ou chegam sem condições de reaproveitamento.
Após a separação de cada material reciclável feito pelos catadores nas esteiras transportadoras, esses produtos reaproveitáveis são prensados por máquinas, transformando-se em fardos, que são vendidos para empresas recicladoras.
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