cordão umbilical pode ser a chave para a causa do autismo

Um estudo inovador realizado por cientistas da Universidade de Fukui, no Japão, sugere que os ácidos graxos presentes no sangue do cordão umbilical podem estar diretamente ligados às características do autismo em crianças.

Substâncias presentes no cordão umbilical podem ser a causa do autismo

O estudo envolveu 200 crianças e suas mães. Os pesquisadores quantificaram os níveis de ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) presentes no sangue do cordão umbilical e avaliaram as características do espectro do autismo em crianças aos seis anos de idade.

Os resultados revelaram que níveis elevados de algumas substâncias, especialmente 11,12-diHETrEderivados do ácido araquidônico, foram associados a maior gravidade das características do autismo.

Crianças com altos níveis de 11,12-diHETrE apresentavam sinais mais graves e apresentavam dificuldades significativas de socialização. Além disso, baixos níveis de 8,9-diHETrE foram correlacionados com comportamentos repetitivos e restritivos.

O estudo, publicado na revista científica Psiquiatria e Neurociências Clínicastambém destacou a especificidade de gênero, mostrando que essas associações eram mais frequentes em meninas do que em meninos.

O que é autismo?

Estudo revela que substância do cordão umbilical pode ser causa do autismo – Foto: Unsplash/Divulgação/ND

Segundo o Ministério da Saúde, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é caracterizado por alterações nas funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.

Quais são os três tipos de autismo?

Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, existem quatro tipos relatados dentro do espectro do autismo. Cada um tem suas características e diferenciações próprias.

1. Síndrome de Asperger: caracteriza-se por inteligência preservada e boa habilidade verbal, sem atraso na fala. Indivíduos com Asperger enfrentam dificuldades com simbolismo, palavras de duplo sentido e sinais não-verbais. Tendem a seguir rotinas rígidas e têm interesses compulsivos em determinados assuntos. Se não forem diagnosticados na infância, podem desenvolver ansiedade e depressão na idade adulta.
2. Transtorno invasivo do desenvolvimento: É caracterizada por dificuldades nas interações sociais, comprometimento de linguagem e movimentos repetitivos em situações tensas. Além disso, os indivíduos com esse transtorno apresentam nervosismo acentuado após interrupções da rotina.
3. Transtorno autista: É marcada por sintomas graves, como atraso na fala, dificuldade em usar a linguagem para fazer pedidos e falta de contato visual. Os comportamentos são repetitivos e graves, e a condição geralmente é diagnosticada na infância.
4. Transtorno desintegrativo da infância: Caracteriza-se por uma regressão significativa, com perda de habilidades intelectuais, linguísticas, motoras e sociais entre os 2 e os 4 anos de idade, sem possibilidade de recuperação dessas habilidades.

Existem quatro tipos dentro do espectro do autismo – Foto: Reprodução/Freepik/ND