“Alívio”. É assim que Caio Bonfim Ele descreveu a sensação de encerrar a prova mais esperada de sua carreira com a conquista da medalha de prata para o Brasil. Nesta quinta-feira (1), no Trocadéro, em Paris, o país conseguiu pela primeira vez um lugar no pódio em Olimpíadas.
PRATA PARA O BRASIL!
Caio Bonfim faz história e conquista primeira medalha brasileira na marcha atlética em #Jogos Olímpicos!
Parabéns, Caio! Você é um FENÔMENO!#TimeBrasil #Paris2024 #Medley pic.twitter.com/qI3XbG4KLy
— Time Brasil (@timebrasil) 1º de agosto de 2024
Em sua quarta participação nos Jogos, o atleta de 33 anos se deixou emocionar e relembrou os percalços na conquista do feito inédito.
“Para mim medalha na marcha atlética não tem cor no Brasil. Combinei a ousadia do Rio-2016, a experiência de Tóquio-2021 e o primeiro amor de Londres-2012. Podemos sonhar. Ganhei muitas medalhas olímpicas em Sobradinho (cidade satélite de Brasília) sonhar É preciso ter muita coragem para viver da marcha atlética. Nos primeiros anos ouvi que o atleta era vagabundo: ‘Para que você trabalha? ‘”, disse Bonfim.
As regras da marcha atlética evitam que o competidor tire os dois pés do chão ao mesmo tempo, sendo necessário fazer um movimento com os quadris. Bonfim afirma que foi alvo de preconceito por isso, mas não desistiu do esporte, inspirado no pai professor e na mãe marchadora.
“Quando meu pai me chamou para marchar, naquele dia fiquei muito ofendido. não foi difícil. Foi o primeiro dia que comecei a treinar. Superei o preconceito, fui rejeitado, desacreditado e injustiçado. Ainda não sei o que significa essa medalha. ‘vamos, campeão'”, disse Bonfim.
Uma das preocupações recorrentes dos brasileiros é a quantidade de punições durante as provas. Essas punições e advertências ocorrem quando o atleta não mantém um dos pés no chão. O acúmulo de três punições desse tipo obriga o atleta a fazer uma parada que praticamente anula as chances de vitória.
Na prova desta quinta, Bonfim recebeu duas punições. Para ele, porém, os critérios de arbitragem variam de acordo com o país de origem do atleta, favorecendo locais que tenham mais tradição na modalidade, como a Europa.
“Sabe como é o brasileiro? Duas faltas, enquanto as outras não têm nada… Essa medalha vai ajudar a construir essa bandeira (o brasileiro ao lado do esporte). É difícil não ser penalizado. Agora você vai ver que o Brasil tem já ganhamos uma medalha, plantamos uma semente Nossa bandeira ainda não está no topo do mastro. O Rio mudou a história da minha marcha. Essa medalha pode mudar a história da caminhada atlética brasileira.
A medalha do Bonfim só será entregue nesta sexta-feira (2), às 12h40 (horário de Brasília), no Stade de France, em Saint-Denis, onde serão realizadas as provas de atletismo. Mas a participação do brasileiro nos Jogos de Paris não acabou. Na próxima quarta-feira, em parceria com Viviane Lyra, ele participará do revezamento de caminhada mista.
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