Com o fim do recesso judicial, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma os trabalhos, nesta quinta-feira (1º), focados nas discussões sobre o orçamento federal, incluindo temas como o orçamento secreto e exceções às regras fiscais aprovadas pelo Congresso.
Na primeira sessão presencial de julgamento, o plenário tem em pauta o direito de ação de inconstitucionalidade que questiona a Emenda Constitucional da Assistência Social (CE 123/2022), ou PEC Kamikaze, como ficou conhecido.
A emenda aprovada pelo Congresso estabeleceu estado de emergência no país, autorizando o então governo de Jair Bolsonaro a conceder isenções fiscais para combustíveis e a fortalecer programas de transferência de renda em anos eleitorais, o que seria proibido pela legislação.
A medida foi questionada no Supremo pelo partido Novo, que apontou aumento nos gastos federais de mais de R$ 41 bilhões, valor não contabilizado no cumprimento das regras fiscais. O julgamento do caso começou em plenário virtual, com dois votos pela constitucionalidade da PEC, dos ministros André Mendonça e Alexandre de Moraes. Um destaque solicitado por Edson Fachin interrompeu o julgamento, que agora deve ser reiniciado.
Alterações Pix
Nesta quinta-feira, o Supremo também realiza audiência de conciliação com o objetivo de afastar definitivamente práticas que viabilizem o chamado orçamento secreto, apelido pelo qual ficou conhecida a prática de direcionar anonimamente emendas parlamentares do tipo RP9 (emendas do relator). .
Em dezembro de 2022, com base em ação movida pelo PSol, o STF entendeu que as alterações ao orçamento secreto eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou resolução que alterou as regras de distribuição de recursos por meio de emendas do relator para cumprir determinação do Tribunal.
Um grupo de organizações não governamentais defensoras da transparência pública, porém, apontou ao Supremo o que seriam dribles na decisão, e citou mudanças nas regras para alterações das modalidades RP2 (fundos ministeriais) e RP6 (individuais), também chamados de PIX Emendas.
Na semana passada, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo também questionou as chamadas Emendas do PIX que, segundo a entidade, permitem o repasse direto de recursos federais aos municípios sem acordo ou indicação de como serão aplicados.
Ao pedir a conciliação, o ministro Flávio Dino, atual relator do tema no STF, ressaltou que “devem ser definitivamente afastadas todas as práticas que possibilitem o orçamento secreto, tendo em vista o claro comando deste Supremo que declara a inconstitucionalidade do orçamento atípico”. instituto”.
Participarão do encontro membros do governo, do Congresso e do Tribunal de Contas da União (TCU), além de um representante do Psol, partido que questionou o orçamento secreto no Supremo.
Eletrobrás
No início de agosto também termina o prazo dado pelo ministro Nunes Marques para uma conciliação sobre a privatização da Eletrobras. Na ação sobre o tema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva questiona o limite do poder de voto do Sindicato no Conselho de Administração da empresa.
Após a privatização da empresa, em junho de 2022, o Sindicato manteve cerca de 42% de participação na empresa. Contudo, uma das disposições da lei de privatização da Eletrobras limita o poder de voto de qualquer acionista a um máximo de 10% das ações. Até o momento, a União é a única afetada pela regra.
Ao decidir sobre a conciliação, Marques disse que se trata de um “tema delicado”, que envolve vários preceitos fundamentais ligados à administração pública e à segurança jurídica, razão pela qual um entendimento seria o melhor caminho.
O ministro encaminhou a ação à Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal (CCAF) por 90 dias, prazo que já foi prorrogado uma vez. É possível que haja um novo pedido de adiamento por parte da Advocacia-Geral da República (AGU).
Por exemplo, está sendo discutida uma possível ampliação do Conselho de Administração da Eletrobras, para acomodar mais membros indicados pelo Sindicato.
Prazo
O ministro do STF, Gilmar Mendes, também convocou para a próxima segunda-feira (5) uma audiência de conciliação, desta vez sobre o marco temporal das terras indígenas, outra questão que coloca o Judiciário e o Legislativo em um impasse.
Pela ideia do marco temporal, os povos indígenas só teriam direito à demarcação das terras que fossem efetivamente ocupadas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Após anos de discussão, a tese foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em setembro do ano passado, mas pouco depois o Congresso aprovou uma lei para legalizar o marco temporal.
Em abril, Mendes determinou uma conciliação, afirmando que “qualquer resposta decorrente dos métodos tradicionais não porá fim à disputa político-jurídica subjacente”.
Por determinação do ministro, serão realizadas diversas reuniões, que deverão ocorrer até o dia 18 de dezembro.
A comissão de conciliação tem a seguinte composição: seis representantes da Articulação dos Povos Indígenas (Apib); três da Câmara dos Deputados e três do Senado; quatro membros do governo federal, que devem ser indicados pela Advocacia-Geral da União (AGU), pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Marco dos Direitos Civis para a Internet
Ainda no radar do STF está o possível julgamento do Marco Civil da Internet. Uma ação no Supremo questiona o artigo 19 da lei, segundo o qual as empresas fornecedoras de aplicativos de internet só poderão ser responsabilizadas pelo conteúdo publicado pelos usuários caso descumpram decisão judicial que determine a retirada da publicação.
A discussão sobre o assunto estava marcada para julgamento em maio de 2023, mas foi retirada de pauta a pedido de Toffoli, um dos relatores do assunto. A justificativa seria aguardar a votação no Congresso do Projeto de Lei sobre Notícias Falsas, que regulamentaria o tema. Os parlamentares, no entanto, nunca votaram realmente a proposta.
Em abril deste ano, o gabinete de Toffoli divulgou comunicado oficial informando que o assunto estaria pronto para ser julgado até o final de junho. Desde então, porém, o julgamento ainda não foi marcado pelo presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso.
O tema ganha relevância diante da proximidade das eleições municipais de 2022, nas quais o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desenvolve esforços para conter a onda de desinformação que se intensificou durante o pleito.
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