O Estado brasileiro, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), apresentou pedido oficial de desculpas à família de Gabriel Sales Pimenta, defensor dos direitos humanos e advogado dos trabalhadores rurais, assassinado há 42 anos em Marabá, Pará. tinha 27 anos.
Em junho de 2022, o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Tribunal IDH) pela impunidade dos assassinos e pela falta de investigação de crimes contra defensores de direitos humanos. A condenação foi acompanhada de uma série de cobranças ao governo brasileiro. Após o crime, o processo criminal se arrastou por décadas, sem que ninguém fosse condenado ou preso.
Na solenidade realizada nesta quarta-feira (30) no Teatro Paschoal Carlos Magno, em Juiz de Fora, Minas Gerais, o ministro Silvio Almeida reconheceu a responsabilidade do Estado e reconheceu a luta da família de Gabriel para que o caso tivesse sentença no âmbito internacional.
“Peço ao Estado as mais sinceras desculpas às vítimas aqui presentes”, disse o ministro. “Que através deste ato formal a família encontre pelo menos algum conforto em saber que o Estado brasileiro reconhece que Gabriel Sales Pimenta foi um corajoso defensor dos direitos humanos e que sua luta ao lado dos trabalhadores rurais daquele país é também a luta de todos nós, brasileiros. Reconhecemos o trabalho dos defensores dos direitos humanos em todo o Brasil e condenamos qualquer tipo de ataque e crime.”
O ministro destacou que o caso de Gabriel não é isolado na história do país, pois mais de 40 anos depois do assassinato, ameaças e mortes de defensores e trabalhadores continuam sendo uma realidade. Portanto, é necessário continuar a implementar uma política de memória e reparação.
“É um momento que evoca em nós, ao mesmo tempo, um sentimento de profunda tristeza por mais uma vida que foi ceifada diante das grandes injustiças que são características da sociedade brasileira. Mas hoje, de forma contraditória, também é momento de comemorar. Porque é um daqueles raros momentos em que o Brasil se encontra. Diante de tanta tragédia e de tanta tristeza, consegue reunir forças para que as políticas de memória, verdade e justiça, e os gritos dados pela não repetição, possam se firmar como parte fundamental na construção de qualquer projeto de país que passamos a ter”, disse o ministro Silvio Almeida.
Presidente do Instituto Gabriel Pimenta de Direitos Humanos e irmão da vítima, o advogado Rafael Sales Pimenta considerou o pedido público de desculpas do Estado um passo importante, mas destacou a situação de violência no país que continua:
“Sabemos que Gabriel sofreu violência e impunidade que continua até hoje entre outras pessoas. E o que mudou? Somente no entendimento político que vemos aqui; na atitude concreta do governo federal ao vir pedir desculpas à sociedade em Juiz de Fora. Mas a violência do latifúndio permanece a mesma. As comissões de direitos humanos estão sob pressão o tempo todo.”
Rafael Pimenta apelou à unidade dos movimentos sociais do país contra os violadores dos direitos humanos e exigiu medidas das autoridades para evitar a repetição de assassinatos como o do seu irmão Gabriel.
“Precisamos de uma política real de defensores dos direitos humanos. Advogados, lideranças, quilombolas, indígenas, pessoas comuns, estão sendo ameaçados ou mortos pela violência de latifúndios ou milícias em todos os cantos do Brasil. Devemos buscar, através da decisão do Tribunal, as causas dessa violência e desenvolver linhas de ação para superá-las”, disse Rafael.
Além do ministro e da família de Gabriel, o evento contou com a presença do assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do MDHC, Nilmário Miranda; o Procurador-Geral da União, Marcelo Eugênio Feitosa Almeida; e o secretário de Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará, Jarbas do Carmo.
O MDHC informou que está implementando outras ações relacionadas à decisão do Tribunal do IDH, como o pagamento de indenizações, a criação do Grupo de Trabalho Técnico de Vendas Pimenta (GTT), no âmbito do departamento, e a criação do Grupo de Trabalho Técnico de Vendas Pimenta Grupo de Trabalho, no âmbito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O objetivo anunciado é identificar os fatores causadores da impunidade, propor medidas de reparação, tratamento psicológico à família da vítima, implementação de medidas de satisfação, garantias de não repetição e danos compensatórios à família.
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