O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que não há chance de que o que “está acontecendo hoje na Venezuela” aconteça no Brasil.
A afirmação ocorreu nesta terça-feira durante reunião na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, enquanto o ministro citava posicionamento contrário da Corte em relação à volta do voto impresso no país —bandeira hasteada pelo bolsonarismo nas eleições de 2018 e 2022.
“O STF atuou intensamente contra a volta do voto impresso, que sempre foi caminho para fraudes no Brasil. Não há chance de que o que está acontecendo hoje na Venezuela aconteça no Brasil ou qualquer tipo de acusação como a que Donald Trump fez em a eleição (Americana) em que perdeu (2020). Aqui a votação é eletrônica e o código-fonte é aberto com um ano de antecedência”, disse Barroso.
A autoridade eleitoral venezuelana proclamou oficialmente o Presidente Nicolás Maduro vencedor das eleições de domingo, cujo resultado não foi reconhecido pela oposição e foi questionado por vários países, incluindo o Brasil, devido à falta de transparência no processo.
A Venezuela utiliza um sistema eletrônico para contagem de votos e cédulas físicas para auditar o resultado.
O ministro também se posicionou contra o aborto ao declarar que criminalizar a interrupção da gravidez “não é uma boa política pública”. A fala ocorreu em meio ao debate sobre o projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados que equipara o aborto após a 22ª semana de gravidez ao crime de homicídio, inclusive no caso de estupro.
“O Supremo Tribunal terá que decidir novamente sobre esta questão no futuro. Tenho tentado promover a ideia de que é possível ser contra o aborto e que isso não pode ser confundido com a prisão da mulher. , mas não gostaria de discutir isso contra o entendimento da maioria da população brasileira”, destacou o ministro.
Críticas ao Supremo Tribunal
Ao abordar a atuação do STF, Barroso citou o crescimento da midiatização da Corte — decorrente de decisões durante a pandemia da Covid-19 — e dos ataques a ministros.
“Desde 2018, não podemos mais sair sozinhos na rua por causa de alguns trogloditas. O país mudou. Há quem crie situações para filmar e postar nas redes sociais”, afirmou.
O presidente do STF também defendeu os juízes de críticas quanto à sua participação em eventos internacionais ou empresariais.
“Não se deve pensar que a imparcialidade será prejudicada pela participação de um ministro em um evento. Estar no Judiciário significa estar disponível para críticas. Ninguém viaja com passagem paga pelo Supremo além do Presidente do Tribunal”, ele apontou.
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