O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou nesta terça-feira (30) o 4º Plano Nacional de Combate ao Tráfico de Pessoas. A iniciativa, que conta com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), busca ampliar e melhorar a atuação dos órgãos e entidades envolvidas no combate ao tráfico de pessoas, além de promover a prevenção, a proteção das vítimas e a punição dos criminosos, entre 2024 e 2028.
Para ser colocado em prática, o plano – que reforça e implementa os princípios e diretrizes da Política Nacional de Combate ao Tráfico de Pessoasem vigor desde outubro de 2006 – ainda precisa ser oficializada por meio da publicação de decreto presidencial.
A iniciativa tem cinco objetivos: (1) ampliar e melhorar a atuação dos órgãos, entidades e atores envolvidos no combate ao tráfico de pessoas; (2) incentivar a coordenação e a cooperação entre entidades e intervenientes envolvidos no combate ao tráfico de seres humanos a nível nacional, regional e internacional; (3) prevenir o crime de tráfico de seres humanos, especialmente através da mitigação dos factores de vulnerabilidade; (4) promover a protecção e assistência às vítimas e (5) reforçar a repressão deste tipo de crime e a responsabilização dos seus autores. O plano prevê ainda que os órgãos e instituições parceiras implementem ações e atividades específicas.
“Este 4º plano nacional traz grandes progressos. Não só porque é o resultado da condensação de experiências passadas e bem sucedidas e do que aprendemos com os erros que cometemos, mas também porque é o resultado de um trabalho colectivo que une agentes do Estado a representantes da sociedade civil”, declarou o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante cerimônia de abertura do seminário Um Novo Capítulo da Política Nacional de Combate ao Tráfico de Pessoas, evento que aconteceu em Brasília e durante o qual foi detalhado o plano.
“O trabalho escravo é um fenômeno extremamente preocupante e infelizmente difundido em nosso país e em outros países. E isso faz parte deste hediondo tráfico de seres humanos que está associado a uma série de outros fenómenos, como a migração forçada devido a catástrofes climáticas, guerras regionais e recessões económicas”, acrescentou Lewandowski.
Também presente no evento que comemora o Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas, o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pediu a cooperação da imprensa e o envolvimento de toda a sociedade brasileira no combate ao tráfico de pessoas e ao trabalho escravo.
“Há várias questões que se a sociedade não estiver envolvida dificilmente o aparelho de Estado conseguirá resolver sozinho. Por exemplo, trabalho análogo à escravidão [em âmbito] doméstico. Como localizar uma empregada doméstica escravizada há 30, 50 anos, se no condomínio os moradores protegem essa situação quando tomam conhecimento dela. A sociedade precisa se envolver, estar atenta a esse conjunto de questões”, comentou Marinho.
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