Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – Em sessão sem notícias impactantes, o dólar à vista fechou em baixa em relação ao real na segunda-feira, com investidores aguardando decisões sobre taxas de juros no Brasil, nos EUA e no Japão, todas na quarta-feira, enquanto no exterior a moeda norte-americana subiu em relação à maioria outras moedas.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6256 reais na venda, queda de 0,58%. No mês, a moeda acumulou alta de 0,62%.
Às 17h26, na B3 (BVMF:) o contrato de primeiro vencimento caía 0,74%, a 5,6265 reais na venda.
Na sessão desta segunda, os rendimentos do Tesouro caíram, mas o dólar manteve ganhos frente a outras moedas fortes e em relação a pares de moedas do real, como o eo.
Profissionais ouvidos pela Reuters apontaram que o real caminhava na contramão mais por fatores técnicos do que pelas notícias do dia – até porque a maior expectativa era para a agenda da próxima quarta-feira, quando ocorrem as decisões de política monetária no Brasil, em os EUA e o Japão.
No caso da Reserva Federal, os investidores procurarão a confirmação de que o início do ciclo de redução das taxas de juro ocorrerá de facto em Setembro, à medida que o mercado tem vindo a precificar.
A expectativa para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil é manter a taxa básica Selic em 10,50% ao ano, mas os agentes estarão atentos às pistas para as próximas reuniões. Uma das dúvidas é se o conselho conseguirá elevar os juros nos próximos meses – possibilidade que vem ganhando força entre algumas casas.
Por fim, a decisão do Banco do Japão ganhou importância porque nas últimas semanas a expectativa de que a instituição pudesse apertar sua política monetária provocou a liquidação das operações de carry trade, valorizando o dólar frente às moedas dos países emergentes – incluindo o real.
No carry trade, os investidores tomam empréstimos de países como o Japão, onde as taxas de juros são baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde as taxas de juros são mais altas. Ao desmantelar essas operações, o real foi penalizado.
Dependendo do resultado da reunião do Banco Central Japonês, não está descartada uma nova rodada de ajustes, com impactos na taxa de câmbio brasileira.
Outro fator que tende a influenciar com mais intensidade os negócios a partir de terça-feira é a disputa entre longs (investidores que apostam em preços altos) e shorts (posicionados em baixa) pela formação da taxa Ptax de final de mês.
Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado spot, a Ptax serve de referência para liquidação de contratos futuros. A taxa de final de mês também será definida na quarta-feira.
“Já existe um pouco de (disputa sobre) Ptax acontecendo. E sabemos que quem levou o dólar aos níveis atuais está confortável, porque sabe que o BC não é intervencionista”, comentou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado. “Então, o movimento no Brasil se deve mais a fatores técnicos, já que as principais notícias da semana acontecem na quarta-feira.”
Às 17h23, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – subia 0,19%, para 104,570.
Pela manhã, o Banco Central vendeu em leilão todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento em 2 de setembro de 2024.
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