O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguardará o retorno do assessor especial Celso Amorim ao Brasil antes de comentar publicamente as eleições na Venezuela. O presidente disse a pessoas próximas que deseja falar pessoalmente com Amorim antes de opinar sobre o processo eleitoral venezuelano.
Amorim foi enviado por Lula a Caracas para acompanhar a eleição. Pela manhã, o assessor especial do presidente disse ao GLOBO que a falta de transparência “irrita” e que aguardava os “dados necessários” para comentar o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que indicava a vitória de Nicolás Maduro.
A expectativa é que Amorim permaneça na Venezuela até terça-feira para conversar sobre as eleições. Ele conversou com o presidente Lula na noite de domingo e na manhã desta segunda.
No Palácio do Planalto, assessores reservadamente afirmam que o assunto é delicado, exige cautela e que qualquer posicionamento mal calculado poderá ser usado pela oposição como munição contra o governo.
Outra percepção é que um deslize no assunto tem o potencial de impactar negativamente a popularidade de Lula num momento em que as últimas pesquisas GenialQuaest e Ipec mostram o primeiro aumento na popularidade do petista em 2024.
Pessoas que conversaram com Lula nos últimos dias acreditam que as críticas de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro na última semana facilitarão ao governo brasileiro uma postura mais dura na exigência de transparência na votação no país vizinho.
Em nota, o Itamaraty afirmou que a eleição ocorreu ontem com “caráter pacífico” no território, mas que “acompanha de perto” a apuração dos votos. O órgão brasileiro disse que aguardará a publicação pela CNE dos “dados desagregados por tabela de votação, passo essencial para a transparência, credibilidade e legitimidade dos resultados eleitorais”.
A postura vai ao encontro da de outros líderes internacionais, que exigiram transparência e não reconheceram de imediato a reeleição do chavista.
O resultado anunciado pela CNE na madrugada desta segunda-feira, com 80% dos votos apurados, indicava a reeleição do chavista para um terceiro mandato de seis anos, com mais de 5,1 milhões de votos (cerca de 51,2%) contra 4,4 milhões (44,2%) obtidos pelo candidato adversário, Edmundo González Urrutia.
A oposição, porém, denuncia não ter acesso a 100% dos registros da votação e contesta o resultado final, apontando que o candidato González Urrutia é o verdadeiro vencedor. Representantes dos EUA e de países da América e da Europa exigiram a publicação de todas as atas de votação e uma demonstração detalhada dos votos registados pelos eleitores no domingo.
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