Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene Por Reuters

Por Fabrício de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – Depois de ceder pela manhã, a moeda voltou para território positivo no Brasil nesta sexta-feira, repetindo o roteiro das sessões anteriores, em uma semana em que o fortalecimento do iene no exterior pressionou as moedas dos países emergentes , como o real.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6583 reais na venda, alta de 0,19%. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,96%

Às 17h04, na B3 (BVMF:) o contrato de primeiro vencimento subia 0,37%, a 5,6635 reais na venda.

Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana repetiu o padrão visto em algumas sessões anteriores – caindo em relação ao real pela manhã, mas subindo à tarde.

Anteriormente, o iene flutuou para baixo em relação ao dólar, o que reduziu a pressão recente sobre as moedas dos países emergentes, como o real. Além disso, os dados de inflação moderada nos EUA favoreceram uma queda nos rendimentos do Tesouro, o que também trouxe uma tendência descendente para o dólar face a outras moedas.

Indicador observado de perto pelo Federal Reserve na formulação da política monetária, o índice PCE subiu 0,1% em junho, após permanecer estável em maio, informou o Departamento de Comércio. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE subiu 0,2% no mês passado, ante 0,1% em maio.

Economistas consultados pela Reuters previram que tanto o índice completo quanto o núcleo subiriam 0,1% em junho. Nos 12 meses até junho, o índice de preços subiu 2,5%, ante 2,6% em maio.

Porém, pela manhã o dólar migrou para território positivo no Brasil, com os preços sendo novamente afetados, segundo profissionais ouvidos pela Reuters, que começaram a subir em relação ao dólar.

A valorização do iene levou ao desmantelamento das operações de carry trade envolvendo a moeda japonesa e moedas de países emergentes, como o real.

No carry trade, os investidores tomam empréstimos de países como o Japão, onde as taxas de juros são baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde as taxas de juros são mais altas. Ao desmantelar essas operações, o real foi penalizado.

“A alta do iene é relevante, porque o real é muito usado para carry, porque é muito líquido”, comentou Lais Costa, analista da Empiricus Research.

Essa também foi a avaliação da gerente de pesquisa do Nomad, Paula Zogbi.

“A reversão das operações de carry cria movimentos que não são muito naturais. Não é possível isolar fatores, mas para esta semana é importante levar (isso) em consideração quando o dólar subir”, disse Zogbi.

No final da tarde, o dólar também subiu em relação ao dólar, mas caiu ligeiramente frente a uma cesta de moedas fortes. Às 17h19, o O – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – caía 0,03%, para 104,300.

Pela manhã, o Banco Central vendeu em leilão todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento em 2 de setembro de 2024.