O futuro do empreendedorismo no Brasil é feminino. Embora alguns possam pensar que a frase nada mais é do que uma mera opinião, dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2023 (Global Entrepreneurship Monitor – GEM) mostram que esta é a realidade.
Segundo o relatório, em 2023, dos 47,7 milhões de empreendedores que pretendem entrar no mercado até 2026, as mulheres representavam 54,6% dos potenciais empreendedores no Brasil.
Os números contrastam com a pesquisa do ano anterior, em que os homens ainda dominavam com um percentual de 55%.
A empresária afirma ainda que o crescimento da participação das mulheres no mercado empreendedor é impulsionado por vários factores, incluindo o aumento do acesso à educação, programas de incentivo ao empreendedorismo e políticas públicas que visam a inclusão social e económica.
“Essas iniciativas estão capacitando e incentivando novos empreendedores a inovar e criar negócios que atendam às necessidades e aspirações de suas comunidades”, destaca.
Negras, jovens e com ensino médio: o perfil das mulheres empreendedoras no Brasil
O relatório técnico do Sebrae sobre Empreendedorismo Feminino divulgado em março de 2024 aponta que, no Brasil, existem cerca de 30 milhões de empreendedoras. Desse total, as mulheres representam mais de 10 milhões de empresárias
Ainda segundo a publicação, 49,8% dos empreendedores se declaram negros, o que mostra que o empreendedorismo feminino no Brasil é diversificado.
“Estamos testemunhando uma mudança emocionante no perfil dos empreendedores brasileiros. Mulheres, jovens e pessoas de cor não estão apenas entrando no mercado, mas também se destacando e liderando com sucesso. Essa diversificação é crucial para a construção de uma economia mais inclusiva e resiliente” , enfatiza Cristina.
Além disso, 41,3% das mulheres possuem o ensino secundário e 20,5% concluíram o ensino primário. Ainda assim, a maior participação feminina no mundo empreendedor está entre as mulheres entre 30 e 39 anos.
Quanto à natureza do negócio, 55,9% das mulheres que abriram a sua própria empresa trabalham no sector dos serviços, seguido de 25,4% que estão no sector do comércio.
“A presença crescente de empreendedores desses grupos está trazendo novas perspectivas e abordagens para os negócios, promovendo a inovação e a sustentabilidade”, explica.
“Com um foco cada vez maior na responsabilidade social e no impacto comunitário, esses novos empreendedores estão redefinindo o que significa ter sucesso nos negócios no Brasil.” disse a empresária.
Hoje, as mulheres são cada vez menos “esposas de empresários” para se tornarem chefes dos seus próprios negócios e das suas famílias. Assim, 52,1% dos empresários também são responsáveis pela própria casa.
O lado negativo desse dado, segundo outro relatório do Data Sebrae, é que 75% das mulheres se sentem sobrecarregadas por ter que cuidar da empresa, dos filhos ou idosos ou parentes ao mesmo tempo, enquanto apenas 55% dos homens já o fizeram. tive esse sentimento sempre.
Mas, mesmo que a participação feminina esteja crescendo no panorama do empreendedorismo brasileiro, infelizmente, o setor ainda é dominado por homens. Basta notar que o mercado fechou 2023 com uma taxa de participação masculina de 66,1%, contra 33,9% de participação feminina.
“Acredito que um dos maiores desafios [do empreendedorismo feminino] é encontrar formas de proteger direitos e garantir oportunidades iguais para todos”, aponta Cristina.
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