A análise dos serviços prestados aos clientes de planos de saúde, realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no período de 2019 a 2023, registrou aumento de clientes com idade até 15 anos atendidos por terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas. Os procedimentos e despesas com atendimento nessas quatro categorias também cresceram.
Em 2023, 9,41% do total de beneficiários dessa faixa etária recebiam pelo menos um dos serviços contemplados no estudo. Em 2019, era de 5,24%. Essa parcela de clientes representa cerca de 20% de todos os beneficiários do setor.
A análise da ANS avaliou a evolução dos tratamentos continuados, geralmente indicados para pacientes com algum tipo de distúrbio do neurodesenvolvimento. Os dados referem-se a consultas e sessões com terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas.
Ainda segundo o estudo, 89% das sessões com terapeutas ocupacionais e 83% das sessões com fonoaudiólogos foram realizadas para clientes de até 14 anos. Em termos de consultas com psicólogos (72%) e fisioterapeutas (95%), a maioria foi dirigida à população com mais de 15 anos.
A pesquisa também mostrou que o aumento mais significativo no número de beneficiários atendidos nas quatro áreas estudadas ocorreu em beneficiários atendidos por terapeutas ocupacionais, profissional que tem sido cada vez mais requisitado no tratamento continuado de pacientes com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). ) ou outros distúrbios do neurodesenvolvimento.
“Essa área apresentou crescimento de 217% em relação a 2019. Foi observado um aumento de 112% no número de beneficiários atendidos por psicólogos no mesmo período, e de 82% por fonoaudiólogos”, apontou a pesquisa.
Outra constatação foi que nos últimos 5 anos houve um aumento de 349% no total de consultas/sessões com terapeutas ocupacionais para a faixa etária até 15 anos na saúde suplementar.
Consultas
Desde janeiro de 2019, a maioria dos beneficiários atendidos pelas quatro categorias profissionais realiza até três consultas e/ou sessões por semana. O número médio de consultas e sessões por beneficiário atendido aumentou para todos os profissionais. Porém, mais uma vez, o aumento mais significativo foi para a terapia ocupacional.
Para a ANS, os resultados da pesquisa podem estar relacionados ao avanço dos diagnósticos de pacientes com distúrbios do neurodesenvolvimento no Brasil no mesmo período, “conforme indicam dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). mais recente Censo Escolar Brasileiro, divulgado em fevereiro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)”.
Segundo a ANS, os transtornos do neurodesenvolvimento estão descritos na 5ª edição do Manual Estatístico Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado em maio de 2013 pela Associação Americana de Psiquiatria. Esta categoria inclui distúrbios de comunicação e aprendizagem, deficiência intelectual, disfunções motoras, déficit de atenção e hiperatividade, além do TEA.
Embora o foco do trabalho tenha sido o atendimento aos beneficiários de até 15 anos, como forma de ampliar a análise, o trabalho também mostra resultados para outras faixas etárias.
Na elaboração do estudo foram levadas em consideração as informações enviadas à ANS pelas operadoras por meio do padrão Intercâmbio de Informações em Saúde Suplementar (TISS), a partir de consultas a profissionais de saúde que podem ser indicadas para o tratamento continuado de pacientes com algum distúrbio do neurodesenvolvimento.
“Como a ANS não possui informações sobre a classificação das doenças dos beneficiários em suas bases de dados, por decisão judicial, a alternativa foi selecionar um conjunto de 38 procedimentos, incluindo consultas e sessões nas áreas de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e a fisioterapia, que serve para tratar e acompanhar pacientes com diagnóstico de algum tipo de transtorno do neurodesenvolvimento”, informou a agência.
Segundo o diretor de Normas e Qualificação de Produtos da ANS, Alexandre Fioranelli, a intenção do trabalho realizado pela ANS é qualificar o debate sobre a melhoria da assistência aos pacientes com distúrbios do neurodesenvolvimento na saúde suplementar.
“Quando temos um cenário mais concreto e conseguimos olhar para ele, temos uma compreensão melhor da evolução dos cuidados que podem ser utilizados para tratar esses pacientes, e isso nos permite pensar nas necessidades dos beneficiários, na qualidade do atendimento , sobre gestão em saúde e uma série de estratégias para melhorar a regulação e os serviços prestados pelas operadoras e prestadores”, explica o diretor.
Mais detalhes sobre a pesquisa estão disponíveis na seção temática do painel dinâmico do Mapa de Assistência à Saúde Suplementar, no site Portal da ANS.
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