PL para construção de nova unidade educacional foi apresentado pela Prefeitura e não agradou vereadores e educadores
O Projeto de Lei que autoriza o acordo para implantação de uma nova escola cívico-militar em Dourados foi apresentado em sessão na Câmara de Vereadores e rejeitado pela maioria dos parlamentares na última sexta-feira (19).
A proposta também não agradou ao Simted-MS (Sindicato Municipal dos Trabalhadores na Educação de Dourados), que em nota disse “repudiar” o PL, alegando que a implementação do modelo cívico-militar é antidemocrática.
“Não houve discussão com os profissionais da educação nem com a sociedade, portanto tal abordagem unilateral viola as concepções de Educação além de estabelecer um modelo comprovadamente inviável, materializado com o encerramento gradual do projeto pelo Ministério da Educação. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), bem como a nossa Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), têm posição fundamentada e consolidada sobre o tema em todas as discussões da educação pública nacional. Somos efetivamente contra a implementação de tal modelo, que tem muitas falhas e não atende às demandas educacionais da sociedade”, indica parte do documento.
Como não houve aprovação na Câmara Municipal, portanto, não há publicação no Diário Oficial. Questionada pelo Correio do Estado sobre as diretrizes e planejamento do Projeto de Lei, a Câmara Municipal de Dourados e autora da proposta, informou que encaminharia o pedido à Semed (Secretaria Municipal de Educação), porém, à época desta reportagem, não recebemos resposta.
Em nota, a SED (Secretaria de Estado de Educação) detalhou o seguinte:
“A SED não se posiciona sobre a atuação de outras redes, uma vez que esta unidade escolar é de responsabilidade do município de Dourados. No momento, não há previsão de construção ou implantação de novas unidades escolares que integrem o programa Escolas Cívico-Militar da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul”, aponta o documento.
Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com quatro escolas com essa oferta na REE/MS (Rede Estadual de Ensino do MS), sendo duas em parceria com o CBM-MS (Corpo de Bombeiros) e as outras duas com o PM-MS (Rede Militar). Polícia). ).
Dos quatro, dois estão localizados em Campo Grande, um em Anastácio e outro em Maracaju. Juntos, atendem cerca de 2 mil alunos. No estado existem pelo menos 13 escolas municipais que funcionam sob esse sistema.
Características
- A administração escolar é partilhada entre civis (professores e diretores) e militares (como vice-diretores ou supervisores);
- Utilização de métodos disciplinares inspirados na hierarquia e disciplina militar, com o objetivo de promover um ambiente escolar mais organizado e centrado na disciplina;
- Ênfase em disciplinas tradicionais como Matemática, Português e Ciências, além de atividades extracurriculares que promovam valores cívicos e éticos;
- Investimentos em infraestrutura, segurança e recursos tecnológicos, buscando melhorar as condições de aprendizagem;
- Incentivar a participação da comunidade escolar (pais, alunos e professores) nas decisões administrativas e pedagógicas.
Em 2019, o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) instituiu o Pecim (Programa Escolas Cívico-Militar), que funciona sob três modelos: fornecimento de efetivos das Forças Armadas pelo Ministério da Defesa pago pelo MEC (Ministério da Educação); transferência de recursos diretamente para instituições e escolas autofinanciadas (em que a unidade é responsável pelo financiamento).
O programa foi encerrado em 21 de julho de 2023, por meio de determinação que revogou o Decreto nº 10.004/2019no qual estabeleceu o modelo de escolas cívico-militares no Brasil.
Segundo o Governo Lula, a medida foi adotada porque o modelo de gestão educacional, didático-pedagógico e administrativo das escolas militares não seria a solução para os problemas enfrentados pelas escolas públicas em territórios vulneráveis.
Pontos negativos, segundo o atual governo
-
O programa enfrentou problemas relacionados à compatibilidade de sua estrutura com os fundamentos normativos do sistema educacional brasileiro;
-
Havia preocupações de que estivesse utilizando as Forças Armadas em uma área (educação) que não corresponde à sua expertise tradicional ou ao seu papel institucional no sistema jurídico brasileiro;
-
Os recursos financeiros destinados às escolas do programa em 2020, 2021 e 2022 foram considerados insignificantes. Isso comprometeu investimentos que poderiam ser aplicados em outras áreas prioritárias do Ministério da Educação, indicando possível ineficiência na implementação do Pecim;
-
As escolas militares são consideradas estruturalmente diferentes das escolas públicas regulares, o que poderia comprometer a aplicação de um modelo uniforme de serviços educativos.
Em relação ao Projeto de Lei da Prefeitura de Dourados, o município não informou se apresentará a proposta novamente.
Assine o Correio do Estado
como pedir empréstimo no bradesco
0800 itau financiamentos
inss liga para confirmar dados
empréstimos manaus
até quanto um aposentado pode pegar de empréstimo
emprestimo funcionario publico
solicitar emprestimo bolsa familia