O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira (23) da comemoração dos 10 anos do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no município de Buri, no interior de São Paulo. A unidade de ensino tem como foco o desenvolvimento regional e a valorização da agricultura familiar, e foi fundada a partir da doação de uma fazenda pelo escritor Raduan Nassar.
Na cerimônia foram anunciados investimentos de R$ 79,3 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na universidade.
Lula contou a história da doação do terreno, ao final do segundo mandato, e foi articulada pelo então ministro da Educação Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda. Ele lembrou que nos Estados Unidos, por exemplo, é comum a doação de bens privados para universidades e fundações, já que o imposto sucessório naquele país é de 40%.
“Aqui no Brasil não tem ninguém que faça doação, porque o imposto sucessório não é nada, é só 4%. Então, a pessoa não tem interesse em devolver seus bens”, afirmou Lula.
“Quando aparece um homem que, aos 75 anos, nessa altura, assume o desejo e a responsabilidade de se desfazer dos seus bens, como este, para que pudéssemos formar milhares e milhares de meninas e meninos neste país, para ajude o país a se transformar em um país grande, um país importante, um país competitivo, só temos que agradecer a Deus, Raduan, Deus colocou você no mundo e você está colocando esse presente que Deus te deu para o futuro deste país, ‘”, disse o presidente.
Raduan Nassar, hoje com 88 anos, mora em Buri, e esteve presente na comemoração desta terça-feira.
Localizada no Vale do Ribeira, a 266 quilômetros da capital paulista, a Lagoa do Sino é uma fazenda escolar e um dos quatro campi da UFSCar. A propriedade foi doada pelo escritor em 2011, a partir de seu desejo de transformar a fazenda em universidade pública e desenvolver socioeconomicamente a região. Em 2014, os cursos foram criados de acordo com as demandas da população local.
Desenvolvimento Regional
O Campus Lagoa do Sino está construído em torno de três eixos temáticos: desenvolvimento territorial; soberania e segurança alimentar; e agricultura familiar. Há também uma relação direta entre a universidade e as comunidades indígenas e quilombolas locais.
Os três primeiros cursos de graduação da Lagoa do Sino foram engenharia agronômica, ambiental e de alimentos. Em 2016, foram acrescentados os cursos de administração e ciências biológicas. Atualmente, o campus ainda oferece programas de pós-graduação em conservação e conservação da vida selvagem e sustentabilidade.
A reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, destacou que foram formados 604 alunos no Campus Lagoa do Sino, sendo 90% deles trabalhando e/ou estudando e 77% atuando na sua área de formação. “O sonho realizado pode ser visto nas transformações que já identificamos em cada aluno que por aqui passa, se forma, tem sua vida transformada, muda o rumo da história de sua família e continua mudando o mundo”, disse ela. .
“O conhecimento aqui produzido gerou transformações importantes na produção agrícola local. Projetos estratégicos são desenvolvidos junto aos agricultores familiares locais, realimentando o sistema indissociável de ensino, pesquisa e extensão. Não há dúvida de que a experiência do Campus Lagoa do Sino também transformou a UFSCar. , nos provocando a pensar e repensar a universidade, o papel desta instituição no enfrentamento dos desafios que temos pela frente, a compreensão das forças necessárias para transformar o Brasil em um país mais justo e menos desigual, de equidade e de transformação social”, acrescentou o reitor .
Nascido em Pindorama, interior de São Paulo, Raduan Nassar estreou na literatura em 1975, com o romance Agricultura Arcaica. Mesmo com apenas três livros publicados, a sua obra é reconhecida pelo público e pela crítica e, em 2016, o escritor recebeu o Prémio Camões, o mais importante galardão literário de língua portuguesa.
A celebração organizada pela UFSCar inclui apresentações culturais, com a participação da comunidade do Campus Lagoa do Sino, bem como a exposição de produções audiovisuais, que contam parcialmente a história do campus, celebram os resultados alcançados com base em relatos de ex-alunos e trazem depoimentos de pessoas que participaram do processo de doação da fazenda para a universidade. A Programação estende-se até janeiro de 2025com atividades acadêmicas e esportivas, além de momentos culturais e históricos.
nazismo
O estudante de engenharia agrícola da UFSCar, Murilo Piccoli, lembrou que as fazendas da região já pertenceram a empresários ligados ao integralismo e ao nazismo, e que, no período de 1932 a 1941, em uma das fazendas, 50 meninos negros, órfãos do Rio de Janeiro, teria sido mantido em um regime semelhante ao da escravidão.
“Tenho orgulho de dizer que um lugar que antes era uma senzala agora é uma universidade pública. As políticas de ações afirmativas pintaram a universidade como uma universidade do povo, permitindo-nos hoje dialogar e aprender com estudantes negros, indígenas, LGBTQIA+, PCD, quilombolas, estrangeiros e provenientes da educação básica pública”, afirmou.
O Integralismo foi um movimento de inspiração fascista que surgiu no Brasil no início da década de 1930 e se baseava nos princípios da religião e tinha como foco a “harmonização social”. A história dos meninos escravizados foi objeto de pesquisa do historiador Sidney Aguilar Filho, formado pela USP e doutor em Educação pela Unicamp, e deu origem ao livro Entre integralistas e nazistas: racismo, educação e autoritarismo no sertão paulistae o documentário Garoto 23 – Infâncias perdidas no Brasildo diretor Belisário Franca.
Hoje, Sidney Aguilar Filho presenteou Lula com seu livro. Também estiveram presentes na cerimônia as famílias de dois dos meninos que moravam na fazenda, cujos netos estudam no Campus Lagoa do Sino da UFSCar.
Melhorias
Durante o evento, também foram apresentados os R$ 79,3 milhões em investimentos do governo federal nos campi da UFSCar, que fazem parte do Programa de Aceleração do Novo Crescimento (PAC) e fazem parte do pacote de melhoria de infraestrutura e expansão universitária, destinado à retomada do obras paralisadas e também novos projetos.
O valor inclui o Campus Lagoa do Sino, com obras de infraestrutura elétrica, biblioteca, auditório e urbanização; o campus São Carlos para construção de centro de pesquisas, prédios universitários, reforma e ampliação do Hospital Universitário e outras construções e ampliações; e o Campus Sorocaba, com obras de construção de centro de pesquisas, prédios universitários, reforma e ampliação do Hospital Universitário, além de outras construções e ampliações.
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