O ministro das Relações Exteriores e coordenador do grupo de Desenvolvimento do G20, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira, 23, que os países não apenas estão atrás como também recuaram em parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
“O 1% mais rico do mundo ficou com quase dois terços de toda a riqueza gerada desde 2020, segundo dados da Fundação Oxford”, afirmou. A redução da desigualdade é um dos 17 ODS a alcançar até 2030.
Esta terça-feira, o ministro participa no segundo dia da reunião ministerial de Desenvolvimento, que hoje tem como tema “Combate às desigualdades e cooperação trilateral”. O encontro acontece no Galpão da Cidadania, na Gamboa, região portuária do Rio.
Mauro Viera referiu ainda que os 10% mais ricos do mundo são responsáveis por metade das emissões de carbono do planeta em 2020. A ação contra as alterações climáticas globais é outro dos 17 ODS.
O chanceler lembrou que o Brasil criou voluntariamente o 18º ODS, que é a igualdade étnico-racial, e afirmou que o país, que atualmente ocupa a presidência do G20, está profundamente comprometido com a implementação dos ODS.
“É fundamental que alcancemos os ambiciosos objetivos estabelecidos na agenda 2030. Durante o primeiro semestre da presidência brasileira, o grupo de trabalho de Desenvolvimento do G20 também dedicou grande interesse ao tema prioritário da cooperação trilateral”, comentou.
O Ministro das Relações Exteriores também mencionou o desenvolvimento de uma iniciativa de troca de experiências e boas práticas na cooperação trilateral a ser adotada voluntariamente pelos países membros do G20, convidados e organizações internacionais, além dos modelos bilaterais tradicionais.
O ministro lembrou ainda que o Brasil retomou diversos programas com o objetivo de gerar avanços em direção aos ODS, como o Bolsa Família, o Plano Brasil Sem Fome, o Plano de Transformação Ecológica, o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal e o Plano de Aceleração do Crescimento.
Também presente no evento, a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, ressaltou que sociedade desenvolvida é aquela em que ninguém passa fome e onde a cor da pele não é fator determinante para fazer ou não três refeições, se você voltará para casa, quer eles tenham moradia decente ou acesso à educação e à segurança ambiental e climática.
Declaração conjunta
Na segunda-feira, dia 22, foi publicada a primeira declaração de consenso a nível ministerial do G20 desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A presidência brasileira do bloco chegou a um acordo com os demais membros do G20 para deixar o tema dos conflitos geopolíticos fora das declarações conjuntas dos grupos de trabalho. Nele, os países reconhecem que a desigualdade dentro e entre os países está na raiz da maioria dos desafios enfrentados pela Agenda 2030.
Com o entendimento, formatado na terceira reunião dos sherpas (representantes de chefes de estado), no início deste mês, ficou acertado que o Brasil passará a emitir declarações individuais sobre os atuais conflitos globais, o que aconteceu na segunda-feira.
O texto relata que membros do G20 e de outros países expressaram as suas opiniões sobre a guerra na Ucrânia e o conflito na Faixa de Gaza. Os temas serão discutidos entre os sherpas até a Cúpula de Chefes de Estado, em novembro.
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