A União Europeia anunciou nesta segunda-feira (22) um aporte de 20 milhões de euros (cerca de R$ 120 milhões) ao Fundo Amazônia. Agora, a iniciativa soma R$ 3,9 bilhões, que serão doados a projetos que visam a conservação da floresta amazônica.
Além do bloco europeu, o fundo conta com o apoio da Noruega, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Petrobras.
A doação foi comemorada durante o 4º Fórum União Europeia – Brasil, no Rio de Janeiro. No evento foram debatidas políticas económicas para a chamada transição verde. A comissária europeia para parcerias internacionais, Jutta Urpilainen, e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, assinaram o acordo.
“No ano passado liberamos R$ 1,3 bilhão, o maior desembolso da história do Fundo Amazônia, e hoje temos R$ 3,9 bilhões em caixa para liberar. Haverá drones, helicópteros, navios, barcos blindados para combater o crime na Amazônia , que está por trás de grande parte do desmatamento e da mineração ilegal”, disse Mercadante.
Parte dos recursos também será destinada às comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, para incentivar a participação na proteção florestal.
“Esses recursos beneficiarão 29 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, mas sempre [em iniciativas] ligada ao combate ao desmatamento”, disse Mercadante.
Segundo Urpilaine, da UE, o anúncio desta segunda é apenas o começo do aprofundamento da parceria entre as regiões.
“O Brasil e a UE são parceiros que pensam da mesma forma. Unimos forças para enfrentar desafios globais como a desigualdade, a pobreza, as alterações climáticas e a perda de biodiversidade, e apoiamos os direitos humanos e a democracia”, disse Urpilainen.
Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os alertas de desmatamento no primeiro semestre deste ano atingiram o nível mais baixo desde 2017 para a Amazônia.
“Quanto mais reduzimos o desmatamento, mais [subsídios] nós recebemos”, disse Mercadante. As doações ao fundo acontecem quando há queda nas taxas de desmatamento, segundo dados do Inpe.
O presidente do BNDES anunciou também que o banco de desenvolvimento brasileiro está prestes a receber um crédito de 300 milhões de euros do BEI (Banco Europeu de Investimento), que irá ao Senado para aprovação final.
Segundo Mercadante, o contrato entre os bancos não inclui contrapartidas. O BNDES, disse ele, pretende utilizá-lo para financiar a indústria, a transição energética, a descarbonização da economia e as energias limpas. “Temos muita flexibilidade com esse recurso”, afirmou o presidente do banco público.
Durante o fórum, Mercadante também defendeu a construção de um segundo fundo multilateral, via bancos de desenvolvimento, para desastres climáticos, citando as chuvas no Rio Grande do Sul.
*Informações da Folhapress
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