Três anos depois de conquistar o ouro na estreia do surf nas Olimpíadas de Tóquio, o Brasil chega a Paris 2024 como o único entre os 11 países participantes com número máximo de seis atletas. A equipe está completa no Taiti, na Polinésia Francesa, desde o último sábado (20), quando a gaúcha Tatiana Weston-Webb desembarcou no arquipélago no Oceano Pacífico. Tati juntou-se a Filipe Toledo, conhecido como Filipinho, atual bicampeão mundial; Gabriel Medina, tricampeão mundial, João Chianca, Chumbinho; Luana Silva; e Taina Hinckel na base do Team Brasil, instalada a poucos metros da praia.
Bom dia, Paris. Boa noite, Taiti!
Ao amanhecer na capital francesa, o primeiro dia de treinamento em Teahupo’o chega ao fim. Nossos atletas entraram na água e pegaram altas no clima de #Jogos Olímpicos
: Guilherme Lucas/@timebrasil#Paris2024 #Surf #TimeBrasil pic.twitter.com/GjkixG59PW
— Time Brasil (@timebrasil) 22 de julho de 2024
O sexteto fez seu primeiro treino oficial nas ondas tubulares de Teahupo’o no domingo (21). A janela das competições de surf será aberta no próximo sábado (27), um dia após a cerimônia de abertura do Paris 2024.
“Estou muito feliz por ter chegado a Teahupo’o para participar de mais uma Olimpíada e tentar ganhar uma medalha. Todos estão muito entusiasmados aqui na base e com muita esperança de que o Team Brasil tenha um ótimo resultado. Espero que tenham ondas altas na competição, mas enquanto isso estamos nos preparando para chegar na hora certa”, disse Tati, que obteve a inédita nota feminina de 10 nas ondas de Teahupo’o em maio, na atual temporada da Liga Mundial de Surf (WSL, na sigla em inglês).
Quem também não esconde a expectativa pela estreia é João “Chumbinho Chianca, 23 anos, natural de Saquarema (RJ). Ele sofreu um grave acidente em Pipeline (Havaí), em dezembro, quando bateu a cabeça após cair de uma onda. Após o acidente, foram quatro meses de recuperação de sequelas, como paralisia do lado esquerdo do corpo. Perseverante, Chumbinho voltou às competições no final de abril, a tempo de se preparar para realizar o sonho olímpico.
“Já estamos aqui no Taiti nos preparando para esses grandes Jogos Olímpicos. A vibração é intensa aqui na base do Team Brasil. Estou feliz por estar aqui. A estrutura é incrível”, disse Chumbinho, que garantiu a vaga olímpica em agosto passado, quando era o número 4 do ranking mundial.
A disputa em Teahupo’o marcará também o retorno do atual bicampeão mundial Filipe Toledo às competições. Nascido em Ubatuba (SP), ele optou por não disputar a WSL este ano para focar na saúde mental e na preparação para os Jogos de Paris.
“É o sonho de todo atleta estar nos Jogos Olímpicos e ter uma medalha. E para o nosso esporte, o surf, sinto que esse é o ponto mais alto que podemos alcançar”, disse Filipinho em entrevista ao site oficial Olympics.com. “Estive muito perto de me classificar para Tóquio 2020. Por apenas 150 pontos ou mais, não consegui, mas este ano poderei representar meu país, minha família e meus amigos, todos que me apoiam. Estou animado. É a realização de um sonho”, revelou o paulista de 29 anos.
O Brasil tem o número máximo de representantes nos Jogos de Paris, pois obteve duas vagas extras (uma masculina e outra feminina) devido à sua classificação nos ISA 2024 World Surfing Games, em março, em Porto Rico. Gabriel Medina garantiu sua vaga olímpica ao conquistar o título dos Jogos ISA. No torneio feminino, Tati Weston-Webb, que disputou os Isa Games e já se classificou para Paris, garantiu a terceira vaga feminina, ocupada por Luana Silva, filha de brasileiros, nascida no Havaí.
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