Por Bernardo Caram e Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) – O Brasil vê espaço para a tributação dos super-ricos ganhar apoio esta semana nas reuniões de líderes financeiros das maiores economias do mundo, disseram duas fontes do governo, embora a proximidade das eleições nos EUA possa lançar uma sombra sobre o país. futuro da proposta.
A ideia é focar os debates em um acordo que dê autonomia aos países para gastar os recursos arrecadados com a tributação dos bilionários, recuando das discussões anteriores que também abordaram a importância de canalizar dinheiro para atender necessidades específicas, buscando ampliar o fluxo de recursos para regiões mais pobres.
Depois de um acordo alcançado entre os negociadores do G20 para produzir declarações de consenso que evitem o tema da geopolítica, representantes da via financeira reúnem-se no Rio de Janeiro, com o Brasil – que preside o grupo este ano – confiando na viabilidade de um documento conjunto sobre a cooperação fiscal internacional.
“É um tema central na área financeira este ano, independentemente das eleições nos EUA”, disse uma das fontes, que falou à Reuters sob condição de anonimato.
O fortalecimento da candidatura do republicano Donald Trump ao comando da maior economia do mundo fez com que os negociadores mencionassem nos bastidores que a ideia de taxar bilionários, proposta pelo Brasil como pilar adicional na cooperação tributária internacional, poderia perder completamente força se ele vence as eleições em novembro. Trump é um notório defensor de cortes acentuados de impostos.
Uma das fontes destacou que isto aumenta a importância de o tema ser abordado com ênfase na reunião dos Ministros das Finanças desta semana, já que a próxima reunião do grupo, em Outubro, a última antes da cimeira dos líderes do G20 em Novembro, deverá ser eclipsada pela as eleições presidenciais nos Estados Unidos, que acontecem no dia 5 de novembro.
“Chegamos em julho conscientes de que precisamos fechar um acordo. Outubro será completamente poluído pelas eleições norte-americanas”, afirmou.
Entre os apoiadores da proposta brasileira de implementação de um padrão global de tributação dos bilionários estão França, Espanha, Colômbia, Bélgica, União Africana e África do Sul, que assumirá a presidência do G20 no próximo ano.
Agora, o Brasil buscará destacar os benefícios da proposta de tornar o sistema tributário mais progressivo, em linha com um dos seus principais objetivos no G20 de reduzir a desigualdade no mundo.
O movimento será acompanhado de um freio à postura adotada pelo Brasil em Washington em abril, quando, à margem da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o país procurou conectar o proposta para taxar os bilionários sobre a necessidade de financiamento para a transição climática e a redução da pobreza.
Uma redistribuição de recursos para os países que mais precisam deles, o que beneficiaria o Sul Global, do qual o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido um representante vocal, foi rejeitada pela Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.
Agora, a avaliação do Brasil é que é prudente concentrar esforços na ideia de tributação com autonomia para os países, deixando de lado o debate sobre a possível redistribuição coordenada de recursos entre as nações. Dessa forma, seria possível angariar mais apoio público e avançar na linguagem utilizada pelo G7, em reunião no mês passado, que nos bastidores já foi considerada muito positiva pelo Brasil.
Em sua declaração conjunta, o grupo das sete maiores economias – Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos – afirmou que continuaria a agir de forma construtiva com a presidência brasileira do G20 para promover o avanço internacional cooperação. “Trabalharemos para aumentar os nossos esforços visando uma tributação progressiva e justa dos indivíduos.”
A proposta brasileira, elaborada pelo economista francês Gabriel Zucman, da instituição independente EU Tax Observatory, sugere uma cobrança anual de 2% sobre fortunas superiores a 1 bilhão de dólares, o que poderia gerar receitas de até 250 bilhões de dólares anuais, atingindo cerca de 3 mil super-ricos. .
CONSENSO
O Brasil também está trabalhando para redigir uma declaração conjunta ao final da reunião sobre finanças, depois de ter falhado na tarefa em fevereiro, quando divergências sobre como mencionar os conflitos geopolíticos impediram que um documento de consenso fosse acordado – o que também não ocorreu nas duas últimas presidências do G20, lideradas pela Índia (2023) e pela Indonésia (2022).
Na semana passada, o Embaixador Maurício Lyrio, negociador do Brasil no G20, afirmou que, nos termos de um acordo firmado com todos os países do grupo, para cada declaração conjunta emitida a partir de agora, a presidência brasileira também divulgará um documento separado que mencionará os temas geopolíticos .
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