O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouviu nesta sexta-feira representantes de movimentos sociais uma cobrança por mais diálogo entre o governo e a sociedade civil.
Lula participou de encontro em São Paulo com lideranças das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem cerca de 70 entidades. Foi a primeira reunião com os grupos desde que o petista assumiu o terceiro mandato como presidente —há mais de um ano e meio.
A reunião, realizada a portas fechadas, durou quase três horas. O presidente deixou o local sem falar com a imprensa. Participaram da conversa os ministros Fernando Haddad (Finança), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). Entre os representantes dos movimentos sociais estavam os dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MET), João Pedro Stédile e João Paulo Rodrigues.
Rodrigues afirmou que os grupos solicitaram mais duas reuniões com o presidente ainda este ano, além de estarem abertos a promover reuniões temáticas diretamente com os ministros. Segundo ele, Lula apresentou explicações sobre as dificuldades de entrega do governo, mas se mostrou “super otimista” e estava “de bom humor”.
“Esse grupo de organizações participou muito ativamente da luta em defesa da presidente Dilma, no “Fora Temer”, no “Fora Bolsonaro”, no “Lula Livre”, e claro, em todo o processo eleitoral. É um momento assim para nos encontrarmos com o presidente. É verdade que essa reunião demorou um pouco, por questões de agendamento não foi possível”, declarou Rodrigues.
O ministro Márcio Macêdo afirmou que a conversa serviu para discutir o cenário político do país, e que o contingenciamento de R$ 15 bilhões anunciado esta semana pela equipe econômica não estava em pauta. O ministro, porém, disse que Lula está empenhado em manter a austeridade fiscal sem abrir mão dos investimentos em políticas públicas.
“O presidente informou aos movimentos que seu governo terá austeridade fiscal, responsabilidade pelos gastos, controle da inflação e investimento em programas sociais e políticas públicas. Não há contradição entre controlar a economia, controlar a inflação e investir em políticas públicas”, declarou.
Evento dentro
Pela manhã, o presidente visitou São José dos Campos, no interior de São Paulo, onde anunciou investimentos para reformas na Via Dutra e Rio-Santos. Na ocasião, Lula criticou mais uma vez a ausência do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Ele é convidado toda vez que venho a São Paulo. Eu o convido. Ele tem a liberdade de ir ou não. Espero que um dia ele decida começar a mostrar ao povo que podemos ser adversários, que podemos ter disputado eleições , mas quando acabarem as eleições temos que governar e temos que governar junto com todos”, declarou.
Lula também afirmou no evento que aconselhou o ministro Fernando Haddad “não se preocupar”, porque “as coisas vão dar certo”. Ao falar sobre as relações com a Venezuela — cujo presidente, Nicolás Maduro, citou ontem a possibilidade de um “banho de sangue” caso não seja reeleito — Lula declarou que o Brasil “não quer briga” com nenhum Estado:
“Por que eu iria querer brigar com a Venezuela? Por que eu iria querer brigar com a Nicarágua? Por que eu iria querer brigar com a Argentina? Deixe-os eleger os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação Estado a Estado, que o Brasil ganha e o que o Brasil perde nessa relação.”
Veja também
Eleitor brasileiro
Envelhecido e mais alfabetizado: confira o que mudou no perfil do eleitorado brasileiro na última década
Queda de energia
Após apagão, Pacheco defende regulamentação da Inteligência Artificial
emprestimos pessoal em curitiba
quem tem bpc pode fazer empréstimo
bancos inss
antecipar decimo terceiro itau
cartao itau inss
emprestimo pessoal 5 mil
empréstimo consignado melhores taxas