A adidas anunciou nesta sexta-feira (19) a retirada do modelo Bella Hadidcujo pai é palestino, de uma campanha para promover a reedição de um tênis icônico do jogos Olímpicos Munique em 1972, que foram ofuscadas pelo massacre de 11 atletas israelenses.
A gigante alemã do sportswear lançou uma reedição dos tênis “SL72”, um modelo retrô que é uma réplica dos calçados usados pelos atletas durante as Olimpíadas de Munique.
Durante a competição, um comando de homens armados da organização palestina “Setembro Negro” invadiu a Vila Olímpica, assassinou dois atletas israelenses e sequestrou outros nove.
Depois do fracasso das negociações empreendidas pela então Alemanha Ocidental e de uma caótica tentativa de resgate, tudo terminou com a morte dos nove reféns e de um policial alemão.
A Adidas escolheu como protagonista de sua campanha publicitária Bella Hadid, famosa modelo americana filha de um magnata palestino e de uma modelo holandesa.
Hadid, de 27 anos, expressou apoio aos direitos palestinos ao longo da sua carreira, mas as suas opiniões geraram mais controvérsia após o ataque de 7 de outubro de 2023 que desencadeou a atual guerra em Gaza.
“Estamos cientes de que foram feitas ligações a acontecimentos históricos trágicos, embora sejam completamente involuntários, e pedimos desculpa por qualquer inconveniente ou dor que isso possa ter causado”, afirmou a marca num comunicado enviado à AFP.
A modelo foi retirada da campanha com “efeito imediato”, disse uma porta-voz da Adidas.
Essa campanha gerou uma onda de críticas nas redes sociais. O descontentamento foi especialmente notável entre os altos escalões de Israel.
Hadid permaneceu em silêncio por mais de duas semanas após o brutal ataque de 7 de outubro, quando combatentes islâmicos do Hamas mataram 1.195 pessoas, a maioria delas civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
Em 26 de outubro, Hadid pediu desculpas pelo seu silêncio numa mensagem na qual declarava estar “de luto” pelas famílias israelitas e condenava “ataques terroristas contra qualquer civil, em qualquer lugar”.
Desde então, o modelo tem condenado sistematicamente os bombardeamentos israelitas contra Gaza, como parte de uma ofensiva que já deixou 38.800 mortos, a maioria deles civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestiniano governado pelo Hamas.
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