A Comissão Mista de Reavaliação de Informações (CMRI), responsável por classificar o sigilo das informações governamentais, negou pedido de acesso a documento do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A certidão, confidencial por 100 anos, informa se o ministro possui parentes até terceiro grau que possam ter interesses conflitantes com a atuação governamental.
Toda pessoa, política ou técnica, que assuma a chefia de um departamento é obrigada a informar se possui algum familiar, ainda que distante, cujas atividades possam gerar conflitos de interesse com o trabalho do ministro. Esta documentação é chamada de Declaração de Conflito de Interesses (DCI).
O DCI também detalha a ocupação, renda e patrimônio do ministro até um ano antes de assumir o cargo. Ou seja: é um grande relatório de tudo o que o novo titular fez ou fez que possa interferir no seu trabalho político.
Nesta declaração, por exemplo, estão listados os “bens e atividades econômicas” que não foram identificados pela declaração de Imposto de Renda do novo titular da carteira – como pessoa física –.
A CMRI alegou, em resposta a uma solicitação no âmbito da Lei de Acesso à Informação (LAI) feita pelo portal UOL, que os dados pessoais contidos no DCI têm acesso restrito. Isso porque “se referem a aspectos da vida privada e da intimidade do titular e, portanto, não podem ser publicados, independentemente da classificação da informação e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos, contados da data de produção”. , conforme negação enviada em 5 de julho
Esta é a terceira vez que o pedido de acesso ao documento é negado. Desta vez, é definitivo e não cabe recurso.
Durante a campanha eleitoral de 2022, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL) por impor sigilo de 100 anos sobre assuntos pessoais ou públicos do mais alto nível de governo, como a participação de ministros em acontecimentos políticos ou a presença da família do presidente nos palácios da República.
Apesar das promessas, o petista repetiu Bolsonaro em uma série de casos em que decretou que a população civil não deveria ter acesso a informações do governo.
O desmentido é assinado por membros da CMRI como o ouvidor do Ministério das Finanças, Carlos Araújo, a secretária executiva adjunta do Ministério dos Direitos Humanos, Caroline Dias dos Reis; a chefe de gabinete da Procuradoria-Geral da União, Leila de Morais; o secretário executivo adjunto da Casa Civil, Pedro Helena Machado; o chefe do departamento de Controle Interno do Ministério da Justiça, Ronaldo Nogueira, entre outros.
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