Após reunião no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (18) que o governo federal irá conter R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir as regras do marco fiscal e preservar a meta de zero despesa pública deficitária prevista para o final do ano. Desse total, segundo o ministro, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados e outros R$ 3,8 bilhões serão contingenciais.
“A Receita fez um ótimo panorama do que aconteceu nesses seis meses [na arrecadação]. O mesmo aconteceu com o Planejamento, no que diz respeito às despesas. E teremos que conter R$ 15 bilhões, para manter o ritmo de cumprimento do marco fiscal, até o final do ano, composto por R$ 11,2 bilhões em bloqueio, por excesso de gastos acima de 2,5% [de crescimento acima da inflação] previstos no enquadramento fiscal. E R$ 3,8 bilhões em contingência, por conta da Receita, principalmente pelo fato dos problemas pendentes ainda não terem sido resolvidos [reoneração da folha de pagamento das empresas] com o Supremo Tribunal Federal, o Senado Federal”, explicou o ministro, em depoimento à imprensa.
Ele estava acompanhado dos ministros Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação nos Serviços Públicos) e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. A decisão foi tomada após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Detalhes sobre os cortes serão informados na apresentação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, na próxima segunda-feira (22), como queda nas projeções de receitas e aumento nas despesas. Em seguida, o governo deverá emitir um decreto listando os departamentos afetados pelos cortes.
Tanto a contingência como o bloqueio representam cortes temporários nas despesas. O novo quadro fiscal, no entanto, estabeleceu motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem acima do limite de 70% de crescimento da receita acima da inflação. A contingência ocorre quando o governo ocorre quando há falta de arrecadação que comprometa o cumprimento da meta de resultado primário (resultado das contas do governo sem juros da dívida pública).
No caso do contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, segundo Haddad, há maior possibilidade de que ele seja revisto, caso avancem as negociações com o Senado para reonerar a folha salarial de empresas de 17 setores da economia, com a aprovação do medido pelos parlamentares, em acordo com o governo.
A meta fiscal estabelecida para este ano, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de déficit zero, com faixa de tolerância de 0,25% do Produto Interno Bruno (PIB). Esta projeção mantém-se, garantiu o ministro.
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