O Brasil registrou 6.393 mortes devido a intervenções policiais em 2023, o que significa 3,1 mortes por 100 mil habitantes. O número representa uma redução de 1% em relação a 2022, mas considerando os últimos dez anos (2013 a 2023), a letalidade policial no país aumentou 188,9%. Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo a publicação, as cidades com maiores taxas de letalidade policial são Jequié (BA), com 46,6 mortes a cada 100 mil habitantes, seguida por Angra dos Reis (RJ), com 42,4; Macapá (AP), com 29,1; Eunápolis (BA), com 29,0; Itabaiana (SE), com 28; Santana (AP), com 25,1; Simões Filho (BA), 23,6; Salvador (BA), 18,9; Lagarto (SE), 18,7; e, Luís Eduardo Magalhães (BA), 18,5.
Em alguns municípios, as forças policiais foram a causa da maioria das mortes violentas intencionais registadas. Segundo o anuário, em 2023 foram registradas um total de 46.328 mortes violentas intencionais em todo o país, o que representa 22,8 mortes violentas por 100 mil habitantes. Em Angra dos Reis, 63,4% das mortes violentas no município foram causadas pelas forças policiais. Em Itabaiana, 63% das mortes violentas são decorrentes de ações policiais; em Jequié, 55,2%; e, Lagarto, 54,3%.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública é baseado em informações fornecidas pelos governos estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civil, militar e federal, entre outras fontes oficiais de Segurança Pública. O chamado índice de morte violenta intencional (MVI) inclui vítimas de homicídio doloso, incluindo vítimas de feminicídio; vítimas de roubo, ou seja, roubo seguido de morte; lesão corporal seguida de morte; e, mortes resultantes de intervenções policiais.
Segundo o coordenador do projeto do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, há um grave problema no que diz respeito ao controle do uso da força pela polícia:
“Existem vários sinais de alerta quanto ao necessário controle do uso da força em uma sociedade democrática como o Brasil, e isso exige necessariamente de nós uma reflexão mais aprofundada e um debate público mais aprofundado sobre o papel da polícia na controlar a violência, no controle do crime. Porque são indicadores que mostram um uso abusivo da força.”
A publicação mostra ainda que 127 policiais foram assassinados em 2023, o que representa uma queda de 18,1% em relação a 2022. A maioria deles, 57%, morreu fora do horário de trabalho. No total, 69,7% eram negros, 51,5% tinham entre 35 e 49 anos e 96% eram homens. O número de suicídios entre policiais aumentou nesse período. No total, ocorreram 118 suicídios entre policiais, o que significa um aumento de 26,2% em um ano.
Perfil das vítimas
Segundo o anuário, as vítimas de intervenções policiais que resultaram em morte foram predominantemente pessoas negras, representando 82,7% do total. A taxa de mortalidade dos negros, quando comparada com a dos brancos, é de 3,5 para os negros versus 0,9 para os brancos. A publicação destaca ainda que o risco relativo de uma pessoa negra morrer numa intervenção policial é 3,8 vezes maior do que o de uma pessoa branca. Entre os policiais mortos, a maioria também é negra.
“O problema da desigualdade racial no Brasil sempre se apresenta de forma muito evidente quando falamos de violência, e de violência letal”, destaca Marques. “Os dados da violência precisam necessariamente provocar essa reflexão na sociedade brasileira em relação ao racismo estrutural do país, que se mostra em diferentes aspectos dos indicadores socioeconômicos, dos indicadores de políticas públicas, mas que fica muito evidente quando falamos de violência e violência letal em específico .”
Outro dado divulgado no anuário mostra que foram registrados 11.610 casos de crimes racistas no país em 2023, o que representa um aumento de 77,9% em relação a 2022. Os crimes de racismo por homofobia ou transfobia também cresceram, com aumento de 87,9% entre 2022 e 2023, totalizando 2.090 casos.
Armas e segurança privada
Os registros de posse ativa de armas no país mais que dobraram desde 2017, segundo dados divulgados. No total, em 2023, foram registrados 2.088.048 registros de porte ativo de armas no Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal, o que representa um aumento de 227,3% desde 2017.
A segurança privada também aumentou. Dados do setor mostram uma expansão em 2023 de 9,3% em relação ao ano anterior, no número de vigilantes regulares, totalizando 530.194 profissionais no país. O número de empresas autorizadas a operar na área cresceu 3,6%, atingindo 4.978.
qual a melhor taxa de juros para emprestimo
desbloquear inss para emprestimo
empréstimo aposentado itaú
sim empréstimo contato
refinanciamento de empréstimo pessoal
siape mg
quitar emprestimo consignado caixa
quantos anos existe o whatsapp