A imunização contra a poliomielite, por exemplo, mantém-se em taxas inferiores a 90% desde 2019, registando ligeiros aumentos nos últimos dois anos na Capital
Nesta semana, o Brasil conseguiu sair da lista de 20 países que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) classificam como tendo baixo índice de vacinação infantil.
O Ministério da Saúde (MS) informa que desde 2016 o país enfrenta quedas consecutivas na cobertura vacinal, e que em 2023 essa realidade começou a mudar.
Porém, Mato Grosso do Sul não acompanhou os avanços do governo federal e apresenta diversas taxas de cobertura vacinal abaixo de 95%, meta do MS.
Campo Grande, também segue a mesma linha do Estado, com taxas de imunização contra a Poliomielite abaixo da meta brasileira, com 87,47% das crianças menores de 1 ano vacinadas contra a doença este ano, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) .
Embora as taxas ainda sejam inferiores aos 95% esperados pelo Ministério da Saúde, a vacinação apresentou ligeira recuperação nos últimos dois anos.
A Capital, que tinha 95,43% de cobertura vacinal contra a poliomielite em 2019, teve uma queda significativa em 2020, quando apenas 77,74% das crianças foram imunizadas.
Campo Grande apresentou outra queda, em 2021, quando registrou 73,25% de vacinação contra a doença, e a partir de 2022 reportou aumento, mas sem atingir novamente a meta do ministério.
Enquanto isso, o MS aponta que o Estado, em 2019, não atingiu a meta de vacinação contra a poliomielite, mas atingiu 94,41% de cobertura.
Em 2020, assim como a Capital, MS registrou queda significativa, com apenas 83,16% das crianças imunizadas contra a doença. No ano seguinte, esse índice continuou caindo, atingindo apenas 75,71% da população.
Também a partir de 2022, o Estado passou a registrar retomada da vacinação, mas ainda abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, quando a cobertura vacinal era de 86,07%.
Segundo dados do Ministério da Saúde, no ano passado apenas a primeira dose da vacina Tríplice Viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola, teve taxa acima da meta estabelecida, com 96,88% da população vacinada. Porém, a segunda dose da Tríplice Viral teve apenas 44,41% de adesão.
Os demais imunizantes, como contra Hepatite B, Febre Amarela e BCG, estão no mesmo patamar da vacina contra Poliomielite, variando entre 70% e 80% de cobertura no Estado. Neste ano, vacinas como BCG, Febre Amarela e, novamente, Tríplice Viral 2ª dose, estão com taxas abaixo de 70%.
A superintendente de vigilância em saúde da Sesau, Veruska Lahdo, relatou que há alguns anos Campo Grande vem tentando, principalmente com ações extramuros, aumentar novamente o índice de imunização.
Ampliar o horário de funcionamento de algumas unidades de saúde e vacinar aos finais de semana em locais como shoppings e supermercados são atividades que já apresentam resultados positivos.
Veruska lembra que em 2022 a cobertura vacinal contra a poliomielite foi de 80,49%, e em 2023 foi de 85,72%, o que mostra uma recuperação de 5%.
“Acreditamos que a queda (da cobertura vacinal) pode ter a ver com o fato de as pessoas não conhecerem o risco, a gravidade dessas doenças”, disse o superintendente.
Além disso, Veruska também elenca a ausência da população nas unidades de saúde durante a pandemia e a divulgação de informações falsas na internet como outros fatores que contribuem para o baixo índice de imunização.
“As vacinas são as melhores formas de imunização disponíveis no Sistema Único de Saúde”, relata Lahdo.
Ela informa ainda que atualmente 20 vacinas estão incluídas no Programa Nacional de Imunizações (PNI), e já foram responsáveis pela erradicação de doenças como poliomielite e sarampo do país. No entanto, o sarampo voltou a circular no Brasil e, em 2019, o país perdeu o certificado de país livre do vírus.
FIM DA QUEDA
O Ministério da Saúde informou ainda que as popularmente conhecidas como “gotículas”, que são doses de reforço contra a poliomielite, serão substituídas pelo imunizante injetável.
Em nota, o ministério afirmou que “o país está em fase de transição para substituir as duas doses da Vacina Oral Poliomielite (OPV) por apenas um reforço com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). Ou seja, o esquema vacinal e a dose de reforço serão realizados exclusivamente com VIP. O PNI está elaborando o protocolo que orientará estados e municípios na substituição de doses em reforços no segundo semestre.”
Descobrir
Veruska informa ainda que as vacinas ajudam a reduzir complicações decorrentes de infecções, como risco de morte e hospitalização.
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