O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais recursos para as Forças Armadas enquanto a equipe econômica discute contingências no orçamento federal. A equipe do Ministério da Fazenda também avalia cortes de R$ 25,9 bilhões nas despesas dos ministérios para o próximo ano.
Múcio levou Lula a dados de uma série histórica de 2014 a 2024 que mostram que este foi o ano em que o ministério teve o menor valor destinado ao pagamento de despesas discricionárias e recursos direcionados a investimentos em projetos estratégicos —agora incluídos no Novo PAC . Números do Ministério da Defesa indicam uma perda de 47% dos recursos do departamento ao longo de uma década.
As despesas discricionárias incluem, por exemplo, pagamento de energia elétrica, combustível e água para o funcionamento de organizações militares, além de horas de voo utilizadas nas operações. O argumento apresentado a Lula é que o ministério precisa de mais recursos para terminar o ano e continuar funcionando como está.
Múcio fez uma sequência de reuniões para discutir o assunto. Primeiro, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na segunda-feira. Depois, na terça, com os comandantes das Forças Armadas —do Exército, Tomás Paiva, da Marinha, Marcos Olsen, e da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damansceno— e o presidente Lula.
Na manhã desta quarta-feira, Lula recebeu novamente Múcio, desta vez acompanhado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Rui Costa juntos, para discutir o tema.
O ministro preferiu não antecipar quanto será necessário para cobrir os custos e investimentos das Forças.
— Fui arcar com nossas despesas. Nossos recursos represados, nos últimos dez anos, tivemos uma diminuição em torno de 47%, mostrei os dados ao presidente. Preciso de dinheiro para pagar contas e programas estratégicos — disse o ministro ao GLOBO nesta quarta.
Integrantes da cúpula das Forças Armadas que se reuniu com Lula nesta terça-feira para discutir o tema avaliaram que o presidente demonstrou sensibilidade à demanda, principalmente no que diz respeito a recursos para manter os serviços prestados pelas forças.
Em relação aos investimentos, o Novo PAC reservou R$ 52,8 bilhões em projetos estratégicos de Defesa, a maior parte já planejada pelas três Forças.
O plano de investimentos prevê a compra e desenvolvimento de veículos blindados, drones e a modernização de helicópteros para o Exército. Para a Marinha estão previstos submarinos nucleares, construção de fragatas e submarinos convencionais. Na Força Aérea, foi incluído no programa o programa de compra e desenvolvimento do F-39 Gripen, caças suecos adquiridos no governo Dilma Rousseff e que está em andamento.
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