O México está trabalhando “muito” para evitar que o fentanil chegue aos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira (17) a ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, ao seu homólogo americano, Antony Blinken, em reunião em Washington.
Segundo a Agência Americana de Combate às Drogas (DEA), os cartéis mexicanos produzem “em massa” este opioide sintético em laboratórios clandestinos com substâncias vindas principalmente da China, e depois o traficam para os Estados Unidos.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, minimiza o âmbito da produção de fentanil no seu país, mas afirma combater o flagelo.
“Estamos trabalhando duro para deter a cadeia de valor dos precursores do fentanil e estamos fazendo muitos progressos no México para prevenir e evitar que chegue aos Estados Unidos”, disse Bárcena no início de uma reunião com Blinken.
“Fizemos muitos progressos graças à aliança global” criada por Washington há um ano para combater o fentanil, responsável pela grande maioria das mais de 100 mil mortes por overdose registadas anualmente nos Estados Unidos, disse Bárcena.
Além disso, ambas as partes felicitaram-se pela redução das travessias de migrantes ilegais na fronteira entre os Estados Unidos e o México nas últimas semanas.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA informou na terça-feira que o número de migrantes e requerentes de asilo interceptados enquanto tentavam cruzar a fronteira ilegalmente caiu “mais de 50%”.
A média de sete dias da Patrulha da Fronteira caiu para menos de 1.900 interceptações por dia.
Em junho, ocorreram 83.536 interceptações entre pontos de entrada, o menor número desde janeiro de 2021, destaca o ministério.
Isto deve-se principalmente ao facto de o Presidente Joe Biden ter restringido a entrada de migrantes através da fronteira com o México em Junho, quando foi ultrapassado o limite de mais de 2.500 travessias irregulares numa média de sete dias. A medida prevê a reabertura quando esse número cair para 1.500.
Blinken reiterou que ambos os países “estão determinados a trabalhar juntos para garantir que a migração seja ordenada [e] seguro.”
O seu homólogo mexicano insistiu que o seu governo quer que “o México seja um bom destino” e não tenha de ser “um país de trânsito” e lembrou que a maioria dos migrantes que tentam chegar aos Estados Unidos já não são mexicanos, como no passado, mas sim América Central e do Sul.
A relação bilateral entre os dois países “nunca foi tão forte e nunca produziu melhores resultados”, disse Blinken.
“Hoje temos uma relação comercial que vale mais de 800 mil milhões de dólares [R$ 4,37 trilhões] entre o México e os Estados Unidos”, vangloriou-se Bárcena, que descreveu a sua relação com Blinken como uma “bênção”.
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