Em publicação no Diário Oficial da Prefeitura de Campo Grande nesta quarta-feira (17), o Departamento Municipal de Obras, Sisep, prorrogou por mais seis meses o contrato com o empreiteiro Edcarlos Jesus Silva, proprietário oficial da empresa Engenex e genro do “queijeiro milionário” Adir Paulino Fernandes, 66 anos. O queijeiro faturou mais de R$ 220 milhões com a prefeitura de Campo Grande, mas relatou que sobreviveu produzindo queijo em uma fazenda em Terenos.
Adir Paulino foi preso por porte ilegal de arma durante a Operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público do Estado, em junho do ano passado. Na época, ele disse que ganhava cerca de R$ 2,5 mil por mês com a venda de queijos e não sabia que era dono de empresas que já faturavam milhões, como a JR Comércio e Serviços. Entre 2017 e 2023 faturou cerca de R$ 224 milhões.
Após a operação, a empresa do queijeiro praticamente saiu de cena e deixou de fazer negócios com a prefeitura da capital. O seu genro, porém, continua a agir como se Cascalhos de Areia fosse “algo para os ingleses verem”.
O aditivo publicado nesta quarta-feira, o décimo segundo desde a assinatura original do contrato, em julho de 2018, prorroga por mais seis meses a garantia para a prestação de serviços de manutenção de ruas não pavimentadas da região do Imbirussu, que inclui bairros como Nova Campo Grande, Vila Núcleo Industrial Popular e outros.
Em 2018, o valor anual do contrato foi fixado em R$ 2.331.229,37. Porém, em setembro do ano passado, após a operação Cascalhos de Areira, foi reajustado em 25% e passou para R$ 2.913.987,96. Assim, com a prorrogação do contrato por seis meses, garante receita de R$ 1,45 milhão sem necessidade de licitação.
Se tudo indica que o “queijeiro milionário” é apenas uma “laranja” do genro, o próprio Edcarlos Jesus também é apenas uma “laranja” de André Luiz dos Santos, o André Patrola, segundo a investigação Cascalhos de Areia.
SÉRIE DE CONTRATOS
E a prorrogação do contrato desta quarta é apenas um dos inúmeros contratos milionários que Edcarlos e “Patrola” mantêm com a prefeitura, todos para manutenção de ruas não pavimentadas e para aluguel de máquinas pesadas e caminhões.
No dia 13 de dezembro do ano passado, por exemplo, a MS Brasil, outra empresa de Edcarlos, assinou um contrato, válido por um ano, que pode garantir receita de até R$ 13.389.556,80 com aluguel de máquinas.
Em fevereiro deste ano, ele renovou outro contrato para faturar cerca de R$ 4,6 milhões por ano. Em publicação de Diogrande no dia 9 de fevereiro, ele revelou que um contrato assinado em junho de 2022 passou pelo seu terceiro aditivo e teve sua vigência prorrogada até 15 de fevereiro de 2025.
Além disso, Edcarlos também possui um segundo contrato para manutenção de ruas não pavimentadas. Além deste, que teve a prorrogação publicada nesta quarta-feira (17), e está recebendo R$ 4.309.906,11 por ano para manutenção de ruas da região da Lagoa, onde ficam bairros como Santa Emília e São Conrado, conhecidos pela pobreza condições. das estradas.
E se não bastassem esses contratos milionários, no dia 12 de junho deste ano, três dias antes do aniversário de um ano da Operação Cascalhos de Areia, a prefeitura da capital fechou acordo que garantiu indenização de R$ 7,2 milhões à empresa MS Brasil.
A justificativa da prefeitura foi que os pagamentos se referiam a serviços prestados que não foram pagos no prazo e que esse tipo de acordo seria normal ao final de qualquer contrato. Porém, nos últimos dois anos, nenhuma remuneração desse tipo ultrapassou R$ 450 mil para outras empresas.
A OPERAÇÃO
A Operação Cascalhos de Areia tornou-se pública em 15 de junho do ano passado, apontando supostas irregularidades em contratos que ultrapassavam R$ 300 milhões para aluguel de máquinas e manutenção de ruas não pavimentadas de Campo Grande.
Naquela data, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e os principais alvos foram endereços ligados ao empreiteiro André Luiz dos Santos, conhecido como André Patrola, e Edcarlos Jesus.
Na época, o MPE divulgou comunicado afirmando que tinha como alvo uma “possível organização criminosa constituída para cometer crimes de peculato, corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro”.
A principal suspeita do Ministério Público, segundo denúncia apresentada por funcionários municipais, é que os serviços de manutenção nas ruas não pavimentadas não são realizados e mesmo assim as empresas receberam os pagamentos normalmente.
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