Os presidentes de Brasil e Itália defendeu nesta segunda-feira (15), em Brasília, que o Mercosul e a União Europeia (UE) alcançaria “rapidamente” um acordo comercial definitivo, estabelecido devido à resistência de alguns países europeus.
“Assim como fiz na recente Cúpula do Mercosul em Assunção, reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, o mais rápido possível, um acordo com a União Europeia que seja equilibrado e contribua para o desenvolvimento de ambas as regiões”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao final de reunião com Sergio Mattarella no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Expliquei que o progresso nas negociações depende de os europeus resolverem as suas próprias contradições internas”, acrescentou.
Por seu lado, o presidente italiano considerou “indispensável chegar rapidamente a uma decisão histórica entre duas grandes realidades de cooperação e paz, como o Mercosul e a União Europeia”.
“O tecido de colaborações entre integrações continentais é um elemento que garante e promove a paz mundial”, afirmou, segundo a tradução portuguesa do seu discurso.
Os dois blocos negociam há mais de duas décadas um acordo de comércio livre que prevê a eliminação da maior parte das tarifas entre as duas regiões, criando assim um espaço comercial com mais de 700 milhões de consumidores.
O acordo enfrenta resistência de alguns países europeus, especialmente da França, cujo setor agrícola tem sido alvo da concorrência dos produtos agrícolas sul-americanos.
“Medidas como o imposto sobre carbono imposto unilateralmente pela União Europeia poderão afetar cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano”, alertou Lula.
Na primeira visita oficial de um presidente italiano ao Brasil em 24 anos, também foram discutidos temas como as guerras na Ucrânia e em Gaza, a transição energética e o combate à fome.
Até sexta-feira, Mattarella previa subidas em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, estado que foi devastado pelas enchentes em maio.
A visita acontece no contexto das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, que abriga a maior comunidade italiana no exterior, com mais de 35 milhões de descendentes de italianos em território brasileiro.
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