O Japão quer facilitar a matança de ursos em áreas residenciais, numa tentativa de conter o número de ataques dos animais aos seres humanos, que aumentaram nos últimos meses. A informação é da BBC.
A emissora destaca que, atualmente, a lei japonesa estipula que caçadores licenciados só podem disparar suas armas em áreas residenciais após aprovação de um policial.
O governo pretende rever a lei para que as armas possam ser utilizadas com mais liberdade em situações em que haja risco de um indivíduo ser atacado, como se um urso entrar num edifício.
Os caçadores, porém, estão preocupados com a mudança na legislação. “É assustador e muito perigoso encontrar um urso à nossa frente. Nunca é garantido que possamos matar um urso atirando”, disse Satoshi Saito, diretor executivo da Associação de Caçadores da Ilha de Hokkaido, à BBC.
Capturar e matar os animais não é o caminho a seguir, disse Junpei Tanaka, do Picchio Wildlife Research Center, à emissora. Ele salienta que, em vez disso, o governo precisa de proteger o habitat dos ursos para que não sejam forçados a aventurar-se demasiado longe.
Tanaka acrescenta que o governo também precisa esclarecer quem deve assumir a responsabilidade pelos ursos que vagam pelas zonas residenciais – autoridades locais ou caçadores.
“Idealmente, deveria haver atiradores totalmente treinados, como caçadores do governo, que respondem a emergências, mas atualmente não existem empregos desse tipo no Japão”, disse ele à BBC. “Esta mudança na lei é inevitável, mas é apenas uma medida provisória em caso de emergência”, disse ela.
O número de ursos no Japão voltou a crescer paralelamente ao envelhecimento e ao declínio da população humana do país, especialmente em áreas mais distantes dos grandes centros urbanos. Segundo a BBC, as consequências foram perigosas, embora geralmente resultem em ferimentos e não em morte.
Este ano, até abril, o país registou um número recorde de 219 ataques de ursos, seis dos quais foram fatais. Com os animais se aventurando cada vez mais em áreas residenciais, ataques mortais continuaram a ocorrer nos últimos meses.
Avistamentos e incidentes envolvendo ursos costumam ocorrer por volta de abril, quando eles despertam da hibernação em busca de alimento. Os animais também podem ser vistos em setembro e outubro, quando se alimentam para armazenar gordura para enfrentar os meses de inverno.
Mas os movimentos dos ursos tornaram-se cada vez mais imprevisíveis à medida que as alterações climáticas afectam a produção das suas principais fontes alimentares.
Com cerca de 5 milhões de habitantes, a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, não tem grande concentração populacional e se tornou um exemplo do crescente problema dos ursos no país: o número de ursos na ilha mais que dobrou desde 1990.
Existem 12 mil ursos pardos, conhecidos por serem mais agressivos que os ursos negros, dos quais existem cerca de 10 mil em todo o Japão, segundo estimativas de especialistas.
Os governos locais estão usando estratégias diferentes para manter os animais afastados. Em alguns locais, as autoridades recorreram a lobos-robôs, de olhos vermelhos e uivos assustadores, para espantar os animais. Em outras cidades, as autoridades estão testando sistemas de alerta baseados em inteligência artificial
Na cidade de Naie, em Hokkaido, o governo tenta contratar caçadores por cerca de R$ 355 por dia, para patrulhar as ruas, montar armadilhas e matar os animais se necessário. A obra, porém, não tem chamado a atenção da população local por ser de alto risco e ter remuneração pouco atrativa.
Além disso, muitos dos caçadores são idosos. “Não vale a pena, porque enfrentar um urso colocará nossas vidas em risco”, disse um caçador de 72 anos da região ao jornal The Asahi Shimbun.
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